Veículo pegou fogo na BR 060, próximo à Ambev, depois de um curto circuito que atingiu o tanque de combustível
Quem passava pelo local na hora do acidente tentava ajudar a apagar o fogo. Usando vários extintores de incêndio, os ocupantes do veículos e outros voluntários não conseguiram controlar as chamas, que saíam diretamente do tanque de combustível e da gasolina que escorria pelo chão. Bastaram 20 minutos para que o sonho de uma vida virasse cinzas. O condutor e dono da Kombi modelo “corujinha” era Lucimar José Ferreira, que trabalha como motorista em Anápolis.
Ele conta que estava ido à uma feira de carros antigos em Brasília com alguns amigos, quando um deles percebeu fumaça invadindo a parte interna. Pelo retrovisor, Lucimar já avistou as chamas e parou a Kombi no acostamento. “No início achei que ia ser só um prejuízo e que íamos apagar, mas o extintor não serviu de nada porque o fogo se alastrou rapidamente através do combustível”, conta ele. Um vídeo circulou pela Internet mostrando as tentativas de controlar o incêndio, até que Lucimar desiste desolado.
No vídeo, uma mulher aparece criticando Luciano, no momento mais delicado da fatalidade. Talvez para acalmá-lo, a voz feminina disse que “Deus sabe o que faz e que, talvez, ele estivesse dando mais valor à Kombi do que à Ele”. O vídeo termina nesse momento e não é possível ver a reação de Luciano, mas ele garantiu que relevou, afinal, é o calor da tragédia e todos ficam abalados e acabam dizendo coisas inadequadas. “Deus em primeiro lugar, claro, mas a Kombi era meu xodó”, descreve o motorista.
R$ 40 mil
Rara, a Kombi corujinha foi produzida na década de 60 e existem pouquíssimas rodando pelo Brasil. Segundo Luciano, foram gastos 3 anos e uma soma considerável de suas economias na restauração de cada detalhe do veículo. Ele não soube avaliar o valor dela após a restauração, mas segundo um apaixonado por carros antigos em Anápolis, o advogado Marcos Gunnar, não sairia por menos de R$ 40 mil. “Era absolutamente linda e perfeita”, narra Marcos. Mas, para Luciano, não há dinheiro que pague o coração partido.
A depressão do motorista após o acidente motivou os amigos a organizarem uma vaquinha para dar início à uma nova restauração. Eles querem arrecadar dinheiro para manter vivo o sonho de Lucimar, de ter um carro antigo, participar dos eventos do setor e continuar movimentando a economia e o comércio de carros antigos. “Ele desanimou da vida e queremos vê-lo contente de novo e transmitindo essa alegria ao maior número possível de entusiastas de veículos antigos”, explicou um deles.
Quem quiser colaborar, pode depositar qualquer quantia na poupança (013) 18043- 4, da agência 2981, da Caixa Econômica Federal. A turma se comprometeu a prestar contas das doações e atualizar o andamento da restauração através das redes sociais.