Ideia era reunir parte dos admiradores e colegas de profissão. Cerimônia de velório e sepultamento foi rápida e restrita, por conta do isolamento social
José Aurélio Mendes

Amigo, companheiro, prestativo, empreendedor, inteligente, humilde, um personagem que fez hitória em Anápolis pelo seu jeito de ser. Não faltaram adjetivos ao advogado Cláudio Gonzaga Jaime durante uma homenagem feita na manhã deste domingo, 21 de junho, no Parque Ipiranga, região central de Anápolis.
Os parceiros de futebol, que jogavam semanalmente na chácara da família há mais ou menos 15 anos, prestaram condolências a quem consideravam um irmão. O DJ Renato Jaime, primo de Claudio, discursou por alguns minutos sobre a dor da partida de alguém que era tão querido na cidade desde sempre. Relembrou histórias e tentou consolar um pouco as dezenas de pessoas que, mesmo mantendo certa distância, por causa da pandemia, fizeram questão de se reunir em memória dele.
O empresário Bruno Jaime, irmão de Renato, também estava lá. Mais pessoas tiveram a oportunidade de se expressar, sempre ressaltando o bom humor de Claudinho, como era chamado. Amigo de décadas, o empresário Carlos Henrique Carnielo não conteve as lágrimas. “Não dá pra acreditar de imediato. O cérebro sabe, mas o coração vai se recusar a aceitar por um tempo. É inacreditável que isso possa ter acontecido”, lamentou.
Isolamento Social

A decisão do encontro de amigos e colegas de profissão aconteceu depois do rápido velório e sepultamento, ocorridos ontem mesmo, por decisão da família. O advogado Sérgio Gonzaga Jaime Filho, irmão de Claudinho, publicou nas redes sociais que optou por uma cerimônia breve e restrita, em respeito ao rigoroso distanciamento social que ele e os pais vem mantendo, por fazerem parte do grupo de risco em relação ao novo coronavírus. Assim como Cláudio, todos são propensos geneticamente a desenvolver cardiopatias.
Na mesma declaração, Serginho, como também é conhecido, agradeceu a todas as manifestações feitas através da presença de amigos e parentes, ligações e declarações pela internet. Segundo ele, o momento é de grande gratidão pelo carinho, mas também de imensa tristeza e que “vai permanecer junto dos pais Sérgio e Elci, e da mulher de Cláudio, Lara”.
Nas redes sociais foi grande a comoção. Ao longo da vida, atuando com DJ, empresário do ramo de eventos e também como advogado, Claudinho acumulou milhares de amigos. Ele faleceu aos 46 anos ontem pela manhã, depois de passar mal enquanto andava de bicicleta. Segundo testemunhas, ele parou de pedalar na avenida JK, próximo à Havan, na saída para Brasília. Ainda sobre a bicicleta, se debruçou sobre o guidão e depois desmaiou.
Populares o socorreram imediatamente. O SAMU foi acionado e também chegou rápido, constatando a parada cardiorrespiratória. Levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Esperança, sofreu nova parada e não conseguiu ser reanimado. Ele se dirigia ao apiário que mantinha em sua propriedade, à cerca de 10 quilômetros de distância, como fazia paticamente todo sábado cedo. Ao estranhar a demora no local, um dos sócios no empreendimento ligou para o celular de Cláudio, mas foi atendido por um médico, que informou a situação.




