A Rubra não teve um ano para comemorar, enquanto o GEA vivenciou seu melhor período em sua história. Já o Galo se contentou com campanhas modestas
O futebol anapolino foi de altos e baixos durante 2021, com grande amplitude para os dois lados. O ano começou com o estadual, ainda de 2020, com suas últimas rodadas e fase eliminatória. Naquele ponto, Anapolina amargava a lanterna da competição e com chances remotas de evitar novo descenso. Grêmio Anápolis e Anápolis, pouco acima do rival, lutavam contra a degola e ainda sonhavam com uma classificação ao mata-mata.
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Com um empate e uma derrota no clássico diante do GEA, a Anapolina não conseguiu escapar do que parecia inevitável: o rebaixamento para a Divisão de Acesso, com uma vitória em 12 partidas disputadas. Já a Raposa, mesmo com a vitória na rodada final, ficou de fora dos oito melhores da competição, embora conseguisse se manter na elite estadual. Restou para o Galo da Comarca representar a cidade na fase eliminatória do Goianão, vencendo a concorrência do rival Grêmio por um ponto.
Apesar de classificado às quartas de final, o prolongamento do campeonato não durou muito para o Anápolis. Classificando-se em 8º, encarou de cara logo o favorito Atlético Goianiense, que despachou os tricolores com vitória por 5 a 1. Posteriormente, os rubro-negros da capital se sagrariam campeões do torneio, vencendo o Goianésia na decisão por pênaltis.
Goianão 2021
Começando no dia seguinte a final da edição anterior, o Goianão de 2021 foi outro a ter problemas em decorrência da pandemia, com algumas partidas tendo de ser adiadas em meio a competição. Entre os times, o município estava representado com duas forças: o Anápolis e o Grêmio Anápolis, que compartilharam o mesmo grupo, juntos de Atlético, Jataiense, Crac e Itumbiara.
Logo nas primeiras rodadas, o Grêmio Anápolis despontou como uma das surpresas, vencendo o clássico da cidade na estreia e emplacando mais resultados positivos. A campanha da Raposa no Grupo A só ficava atrás do Atlético Goianiense, que terminou na liderança geral de forma invicta, com apenas um empate manchando seu retrospecto (justamente diante do GEA). O Anápolis foi outro a surpreender durante o torneio, conseguindo melhorar o desempenho anterior e evitar o risco do rebaixamento, além de garantir vaga no mata-mata de maneira adiantada.
O fim da fase de grupos trouxe o Dragão na liderança isolada, marcando dominância em um torneio que teve o Goiás como decepção, embora tenha se classificado em 8º. A vice-liderança geral ficou nas mãos da Aparecidense, que foi seguida de perto por Grêmio Anápolis e Vila Nova. Ambos terminaram empatados na pontuação, mas a Raposa levou vantagem nos critérios de desempate. O Galo da Comarca apareceu junto aos outros classificados (Iporá, Jataiense e Goiás), ficando na 5ª posição.
Mata-mata e desfecho surpreendente
O Anápolis, mais uma vez, foi vítima das quartas de final do Goianão. Encarando o Vila Nova, o Galo da Comarca não incomodou os adversários e saiu derrotado nos dois embates, sendo eliminado por 6 a 1 no agregado. No entanto, a fase de grupos além das expectativas garantiram vaga do Tricolor da Boavista para a disputa do Brasileirão da Série D de 2022. Um fim de temporada que deixou marcas positivas para a próxima que virá, com calendário cheio para o campeão goiano de 1965.
Restou para o Grêmio Anápolis a missão de representar a cidade na elite goiana. Com vantagem de decidir em casa, encarou o Iporá na primeira rodada do mata-mata. Depois de um jogo sem gols no Ferreirão, o GEA garantiu o avanço no Jonas Duarte, pelo placar de 2 a 1. O próximo desafio? O embalado Atlético, que não havia perdido na competição e ainda por cima acabava de eliminar o rival Goiás, por 3 a 0 no agregado.
A missão era difícil, mas os jovens da Raposa, comandados por Cléber Gaúcho, trataram de mostrar seu valor logo no jogo da ida, apresentando ao Dragão sua primeira derrota no estadual: 1 a 0 para o GEA. A partida de volta trouxe mais doses de emoção: jogando fora de casa, o Grêmio Anápolis saiu na frente com Ronald, mas viu o Atlético buscar a virada aos 43 do segundo tempo e levar a decisão da vaga na final para as penalidades máximas. Nos pênaltis, uma duradoura batalha se instaurou: Baiano (GEA) e Janderson (ACG) erraram seus tiros, ainda nas primeiras cobranças. A disputa seguiu, com os goleiros convertendo suas cobranças, até João Paulo errar seu chute, para a festa da torcida anapolina, que acompanhava de casa.
Título inédito
Em sua primeira final de Goianão de sua história, o Grêmio Anápolis tinha pela frente o Vila Nova, que voltava a figurar em uma decisão desde 2017. No primeiro encontro, o GEA contou com a força do artilheiro Lucão para marcar, após sair atrás, e levar a igualdade para o último confronto, no Onésio Brasileiro Alvarenga. Para o jogo derradeiro, a Raposa mostrou do que era capaz: saiu na frente com gol de Vinícius, mas sofreu o tento já na reta final, em roteiro parecido do vivenciado diante do Atlético. Mais uma vez, era hora de penalidades máximas na campanha gremista.
Henan cobrou primeiro, abrindo o placar para o Vila Nova. Autor do gol do GEA, Vinícius foi na sequência e deixou tudo igual. Depois, foi a vez de Arthur Rezende, que desperdiçou sua cobrança, dando a oportunidade da Raposa abrir vantagem, com a cobrança certeira de Thiago Rubim. Rafael Donato, Gabriel Vidal, Pedro Bambu, Luizão e Pedro Júnior também garantiram seus chutes, deixando a responsabilidade nos pés de Vitor Braga. O camisa 10 não hesitou, bateu firme e garantiu o inédito título goiano ao Grêmio Anápolis, fechando a curta temporada do clube com chave de ouro, além de pavimentar novas competições para o próximo ano, com as vagas asseguradas na Copa do Brasil, Série D e Copa Verde.
Divisão de Acesso
Pressionado pelo título do Grêmio Anápolis, a Anapolina entrava na Divisão de Acesso com somente um objetivo: garantir espaço na elite estadual em 2022. Pela primeira vez, o clube montou comissão técnica e elenco com antecedência e se mostrava pronto para a disputa, sob o comando do técnico Lucas Oliveira e nomes conhecidos da torcida no time. Bem, o balde d’água fria veio logo na primeira rodada: derrota para o Morrinhos, além da demissão do treinador, após entrevero com o lateral Marquinhos. Crise instalada na Rubra.
O conhecido Vilson Taddei veio para repor a saída, mas amargou novos jogos sem vitória (duas derrotas e um empate) e viu a Xata figurar na vice-lanterna da competição, embora sem risco de queda para Terceirona. A virada de chave veio nos dois confrontos diante do Aparecida, que terminaram com vitórias acachapantes da Anapolina e serviram para o time retornar aos trilhos.
Vitórias diante do líder Goiatuba e do concorrente ao acesso Goiânia alimentaram o sonho colorado, restando duas rodadas para o fim da competição. Os adversários da sequência eram outros que também brigavam pela vaga ao Goianão de 2022. No entanto, um gol nos acréscimos tratou de encerrar o impossível que parecia possível: derrota para o Inhumas por 2 a 1 e fim das chances de classificação da Xata, que ainda perderia na sua despedida da competição, para o Morrinhos, por 3 a 1. Para a Anapolina, restam a eleição de uma nova diretoria na próxima temporada e a Divisão de Acesso, com mais pressão pelo acesso que a anterior.