É hora de comemorar as vitórias dos portadores da Síndrome de Down. E o dia 21 de março é a data oficial adotada pelos 193 membros a Organização das Nações Unidas (ONU) para esta celebração. Em Anápolis, uma série de atividades foi realizada ao longo da última semana, por meio de parcerias com importantes instituições, como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), a Casa Joana, a Faculdade Anhanguera e a Escola Estadual Zeca Batista. Repetindo o que é feito todos os anos, no último dia das ações, sábado, 21, uma caminhada é realizada no Parque Ipiranga.
Neste dia, portadores da Síndrome, representantes das organizações e voluntários assistem a apresentações de teatro, dança, música; e é feita a distribuição de doces, pipoca e sucos aos participantes. Esta é a 4ª edição da caminhada, que tem início às 16 horas. A Casa Joana, uma das organizadoras das atividades, ‘é uma instituição filantrópica sem fins lucrativos que atende a pessoas com Síndrome de Down e autistas e outros portadores de deficiências‘ e conta hoje com 60 alunos, em idades que variam de 3 meses a 49 anos.
Juliana França é presidente da Casa Joana e assume também a presidência do Núcleo e Comissão da Síndrome de Down do Rotary Anápolis. Ela exalta os motivos da celebração, como o fato de a expectativa de vida dos portadores da Síndrome estar aumentando. Ela destaca a relevância de “abraçar esta bandeira, levantar esta bandeira da Síndrome de Down”. E cita atividades desempenhadas por várias entidades ao longo da semana. Na segunda-feira, 16, foi realizado o ‘dia da beleza‘, em que os portadores e pais tiveram o cabelo cortado gratuitamente por empresas voluntárias.
Na terça-feira, 17, uma palestra foi promovida pela nutricionista Erika Villela, em que a mesma abordou a importância de uma boa alimentação e os cuidados na prevenção de doenças. De acordo com a presidente da Casa Joana, Juliana França, muitos pais não têm conhecimento da importância da alimentação correta como forma de prevenir doenças. “Com a nutrição correta, acompanhamento médico, psicológico, nutricional e de fisioterapeuta, é possível aumentar a expectativa de vida de um portador de Síndrome de Down”, assinala.
Na quarta-feira, 18, um festival de Cupcake (bolos feitos em pequenas tigelas) foi realizado, pela especialista em gastronomia Kellen Bonfim, em que as crianças colocaram a mão na massa para fazer os bolos. Neste dia, uma aula de Zumba foi oferecida pela personal trainer Kellen Christien. Juliana destacou que a aula foi muito animada. “Os alunos amam dançar”. Na quinta-feira, 19, os participantes fizeram pizza e se envolveram em brincadeiras e gincanas. E na sexta-feira, 20, eles vão participar de uma aula de MMA.
Apesar das vitórias alcançadas pelos portadores da Síndrome de Down, Juliana França lamenta que “estão cortando as verbas” para instituições que cuidam deste público. “Não tenho nenhuma ajuda do município ainda. Está muito difícil conseguir alguma ajuda”, evidencia. Ela entende que toda a sociedade precisa se envolver pela inclusão de crianças, jovens e adultos que possuem esta característica genética.
Síndrome de Down não é doença
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE – tem um trabalho reconhecido na luta contra o preconceito e pela inclusão dos portadores de Síndrome de Down. Esta atuação pode ser evidenciada pelo trabalho desempenhado pelas unidades espalhadas em todo o País. Em Anápolis, a entidade possui ações importantes voltadas para os excepcionais, como a Escola “Maria Montessori”, o Laboratório da APAE Anápolis e o Ambulatório Multidisciplinar Especializado.
A Síndrome de Down, chamada por muitos de doença, é, na verdade, uma condição genética. De acordo com a APAE Brasil, “é uma ocorrência genética natural, que no Brasil está presente em todas as raças. Por motivos ainda desconhecidos, durante a gestação as células do embrião são formadas com 47 cromossomos no lugar dos 46 que se formam normalmente”.
Conforme estudos científicos, “o material genético em excesso (localizado no par de número 21) altera o desenvolvimento regular da criança. Os efeitos do material extra variam enormemente de indivíduo para indivíduo, mas pode-se dizer que as principais características são os olhinhos puxados, o bebê ser mais molinho, e o desenvolvimento em geral se dar em um ritmo mais lento”.
Apesar da condição genética, é possível dar aos portadores de Síndrome de Down condições para uma vida ativa, com sua inserção no mercado de trabalho e, muitas vezes, inclusive, a realização de curso universitário, por exemplo. A APAE Brasil reforça que, “com apoio para seu desenvolvimento e a inclusão em todas as esferas da sociedade, as pessoas com síndrome de Down têm rompido muitas barreiras. Em todo o mundo, e também aqui no Brasil, há pessoas com síndrome de Down estudando, trabalhando, vivendo sozinhas, escrevendo livros, se casando e até chegando à universidade”.
As comemorações do Dia Internacional da Síndrome de Down tiveram ainda o apoio das empresas: Espaço Delly, Instituto Embelleze, Água Viva, Doce Paladar e Academia BTT e Jornal Contexto.