Secretário de Saúde, Lucar Leite, adianta que as equipes de Vigilância Epidemiológica trabalham em alerta, caso haja necessidade
Em entrevista à Rádio Imprensa, o secretário municipal de Saúde, Lucas Leite, garantiu que Anápolis está pronta para atuar, no de caso de surgimento de algum paciente suspeito de ter contraído o coronavírus.
No Brasil, até agora, não há nenhum caso suspeito e os nove casos em investigação, até o fechamento da edição, estavam distribuídos em São Paulo (03); Santa Catarina (02), Minas Gerais (01); Rio de janeiro (01); Paraná (01) e Ceará (01). Portanto, nenhuma paciente suspeito em Goiás e, consequentemente, no Município.
De acordo com o secretário Lucas leite, a Pasta já recebeu as devidas orientações do Ministério da Saúde, de como agir para fazer o isolamento de um paciente que tenha contraído o coronavírus. Segundo ele, a cidade conta com locais de isolamento credenciados, na rede pública e filantrópica, na UPA Sul, na UPA Pediátrica, na Santa Casa de Misericórdia e no Hospital Municipal.
Se, eventualmente surgir um paciente suspeito, acrescentou o secretário, existem as condições necessárias para se fazer o bloqueio desse paciente, a fim de evitar que outras pessoas sejam contaminadas; o isolamento e a coleta de material para envio aos laboratórios de referência que vão confirmar, ou não, o diagnóstico da doença.
O secretário pontuou que o Ministério da Saúde, devido à gravidade da situação, já está atuando de forma mais intensiva nos aeroportos do País que tenham voos da China, principalmente, para identificar possíveis propagações do vírus.
O Ministério da Saúde passará a atualizar as informações sobre a situação do novo coronavírus no Brasil diariamente. A informação foi dada pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, 29/01, em Brasília.
Perguntas e respostas sobre o coronavírus
- O que são coronavírus?
Os coronavírus (CoV) compõem uma grande família de vírus, conhecidos desde meados da década de 1960, que receberam esse nome devido às espículas na sua superfície, que lembram uma coroa (do inglês crown). Podem causar desde um resfriado comum até síndromes respiratórias graves, como a síndrome respiratória aguda grave (SARS, do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS, do inglês Middle East Respiratory Syndrome). Os vírus foram denominados SARS-CoV e MERS-CoV, respectivamente. - O que é este
novo coronavírus?
Trata-se de uma nova variante do coronavírus, denominada 2019-nCoV, até então não identificada em humanos. Até o aparecimento do 2019-nCoV, existiam apenas seis cepas conhecidas capazes de infectar humanos, incluindo o SARS-CoV e MERS-CoV. Recomendamos evitar os termos “nova gripe causada pelo coronavírus” porque gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus influenza. - Qual a origem
do surto atual?
A origem ainda não está elucidada. Acredita-se que a fonte primária do vírus seja em um mercado de frutos do mar e animais vivos em Wuhan. - Os coronavírus podem ser transmitidos de animais para humanos?
Sim. Investigações detalhadas descobriram que o SARS-CoV foi transmitido de civetas (gatos selvagens) para humanos na China, em 2002, e o MERS-CoV de dromedários para humanos na Arábia Saudita, em 2012. Porém, existem vários coronavírus que causam infecção animal. Na maioria, infectam apenas uma espécie ou algumas espécies intimamente relacionadas, como morcegos, aves, porcos, macacos, gatos, cães e roedores, entre outros. - A transmissão do coronavírus acontece entre humanos?
Sim. Alguns coronavírus são capazes de infectar humanos e podem ser transmitidos de pessoa a pessoa pelo ar (secreções aéreas do paciente infectado) ou por contato pessoal com secreções contaminadas. Porém, outros coronavírus não são transmitidos para humanos, sem que haja uma mutação. Na maior parte dos casos, a transmissão é limitada e se dá por contato próximo, ou seja, qualquer pessoa que cuidou do paciente, incluindo profissionais de saúde ou membro da família; que tenha tido contato físico com o paciente; tenha permanecido no mesmo local que o paciente doente. - Quais são os sintomas de uma pessoa infectada por um coronavírus?
Pode variar desde casos assintomáticos, casos de infecções de vias aéreas superiores semelhante ao resfriado, até casos graves com pneumonia e insuficiência respiratória aguda, com dificuldade respiratória. Crianças de pouca idade, idosos e pacientes com baixa imunidade podem apresentar manifestações mais graves. No caso do 2019-nCov, ainda não há relato de infecção sintomática em crianças ou adolescentes. - Qual é a definição de caso suspeito?
Febre acompanhada de sintomas respiratórios, além de atender a uma das duas seguintes situações: ter viajado nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas para área de transmissão local (cidade de Wuhan) ou ter tido contato próximo com um caso suspeito ou confirmado. Febre pode não estar presente em casos de alguns pacientes, como idosos, imunocomprometidos ou que tenham utilizado antitérmicos. - Existe um tratamento para o novo coronavírus?
Não há um medicamento específico. Indica-se repouso e ingestão de líquidos, além de medidas para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. Nos casos de maior gravidade com pneumonia e insuficiência respiratória, suplemento de oxigênio e mesmo ventilação mecânica podem ser necessários. - Como reduzir o risco de infecção pelo novo coronavírus?
*Evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas;
*Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar;
*Usar lenço descartável para higiene nasal;
*Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir;
*Evitar tocar nas mucosas dos olhos;
*Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
*Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
*Manter os ambientes bem ventilados;
*Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações. - Existe uma vacina para o novo coronavírus?
Como a doença é nova, não há vacina até o momento. - Há risco de epidemia global?
Sim, mas não há motivo para pânico neste momento. O Comitê de Emergência da OMS declarou que é cedo para declarar a situação como emergência em saúde pública de interesse internacional neste momento, devido ao número limitado e localizado de casos e pelas medidas que já estão sendo tomadas para que o surto não se espalhe.
Informe da Sociedade Brasileira de Infectologia sobre o novo coronavírus – Perguntas e Respostas para profissionais da saúde e para o público em geral
Fontes: Ministério da Saúde do Brasil / Organização Mundial da Saúde (OMS) / Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
*Documento elaborado pelos médicos infectologistas: Dr. Leonardo Weissmann, Dra. Tânia do Socorro Souza Chaves, Dr. Clóvis Arns da Cunha e Dr. Alberto Chebabo.