Encontrar uma vaga para estacionamento na chamada “área azul” depois de oito da manhã é tarefa praticamente impossível em Anápolis. Da mesma forma, dispor de um lugar nas garagens particulares no setor para o qual se dirige, é coisa proibitiva para a esmagadora maioria dos condutores de carros de passeio. Numa cidade onde são vendidos, em média, 50 veículos por dia (cerca de mil por mês) e os serviços essenciais se concentram numa minúscula região, em se comparando com o restante do território urbano, o trânsito está, cada vez, mais complicado, em que pese o esforço da CMTT (Companhia Municipal de Trânsito e Transporte) para a equação do problema. Compromissos assumidos por profissionais liberais, agentes públicos e outros prestadores de serviços, estão sofrendo atrasos prolongados com o correr do tempo. Chegar ao trabalho no horário correto é outro desafio para milhares de pessoas que atuam no comércio; bancos; clínicas, escritórios e outros estabelecimentos da região central.
Todavia, nada se compara ao problema enfrentado por cerca de 60 mil usuários do transporte coletivo, todos os dias. Gente que não tem carro próprio e que depende do serviço concedido pelo Governo Municipal para chegar ao trabalho, à escola e outros locais de seus cotidianos. É um suplício. Viagens entre bairros e centro que, há cinco anos, ou menos, eram feitas em 15, 20 minutos, hoje não acontecem em menos de meia hora, devido, justamente, ao acúmulo de veículos na região central. A questão é matemática. Enquanto um ônibus transporta 50 a 60 passageiros, e ocupa o espaço de dois carros, os veículos particulares, levando, em média, 1,1 pessoas, faz a mesma ocupação territorial. É a lei da física.
Grande impasse
E, de acordo com técnicos, não há soluções mágicas. Ou se prioriza o transporte coletivo, ou a situação ficará, cada vez, mais caótica. As fábricas não vão parar de produzir carros, nem as lojas de vendê-los. Quem compra um veículo, fatalmente, vai colocá-lo para rodar nas ruas que são as mesmas desde que a cidade é cidade. O perfil urbano de Anápolis é singular, em se comparando com cidades planejadas. As pessoas que se deslocam dos bairros querem vir para o quadrilátero central, formado pela Avenida Contorno; Avenida Xavier de Almeida, Rua Quintino Bocaiúva e Avenida Getulino Artiaga. É nesta área onde estão as principais agências bancárias; a Prefeitura; a CELG; a SANEAGO; as agências do INSS e dos Correios; os grandes hospitais, igrejas e as principais lojas. É para estes locais que a massa humana transportada pelo sistema coletivo se dirige, para trabalhar e/ou para buscar algum tipo de atendimento. Pessoas que saem diariamente de casa, aos milhares, embarcam nos ônibus e ao se aproximarem da região central sofrem o efeito causado pelos engarrafamentos. Demoram mais tempo no interior do ônibus para percorrerem duas a três quadras, do que no trajeto dos bairros ao limite da região congestionada.
A ideia defendida por algumas categorias de que é preciso retirar os ônibus do centro, vai de encontro ao que ocorre nas grandes cidades brasileiras. Nelas, pensa-se, justamente, o contrário. É preciso priorizar o coletivo em detrimento do individual. Tanto é assim que cidades importantes como Rio de Janeiro; Vitória; São Paulo; Florianópolis; Santos, Uberlândia, e outras, estão criando corredores exclusivos para o transporte coletivo. O exemplo mais recente é a Avenida Nossa Senhora de Copacabana (no Rio), no bairro mais famoso do Brasil, que criou linha expressa parar os coletivos, pois a população não tinha mais como se locomover devido ao excesso de veículos de passeio.
Caso de Anápolis
Além da região central, Anápolis tem mais alguns pontos de estrangulamento. São as avenidas que ligam os bairros mais populosos ao centro da Cidade. Mato Grosso; Santos Dumont; JK; Minas Gerais; Brasil; Pedro Ludovico; Goiás, Tiradentes; Kennedy e Universitária, são exemplos de avenidas que comportam as principais linhas de ônibus e que já chegaram à saturação. Nelas, o trânsito fica emperrado a maior parte do tempo. A saída, de acordo com técnicos da área, é abrir-se mais espaço para o transporte coletivo o que, por tabela, melhora o fluxo dos carros leves, uma vez que os ônibus deixariam de disputar espaço com os automóveis.
A Prefeitura anunciou, recentemente, que uma das prioridades da atual administração é implantar o plano diretor de trânsito para Anápolis. Segundo o que se apurou, além de intervenções como a construção de, pelo menos, mais dois viadutos na região central, está o alargamento de algumas avenidas e a implantação de corredores exclusivos para ônibus, como já existe em um bom trecho da Avenida Brasil. Nele, não se nota qualquer congestionamento, seja qual for a hora do dia.
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