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Anápolis presa na garganta do diabo

de Manoel Vanderic
1 de abril de 2015
em Anápolis
Reading Time: 4 mins read
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A desgraça chega acompanhada. Não bastasse a ameaça de estagnação da economia pela conjuntura nacional e a pressão da criminalidade sobre a população atemorizada, Anápolis enfrenta crise de acessibilidade sem precedentes na sua história. Enquanto a prefeitura constrói viadutos e projeta corredores de ônibus e o governo federal consolida o mais moderno anel viário do Centro-Oeste, uma lei burra e uma sentença injusta impõem um terrível desastre à economia da cidade e à vida dos usuários do transporte coletivo, com a desativação da ala sul do terminal urbano para a desobstrução do prédio tombado da antiga estação ferroviária.
Demolição sem solução técnica, nem pensar antes da implantação da tecnologia temporal, integração em estratégicos pontos de transbordo fora do terminal, mas a arrogância dos agentes da lei fechou os olhos para o risco de uma catástrofe contra o futuro de Anápolis ao destruir o cérebro da integração total das linhas do transporte coletivo. Com os ônibus parados na vala comum do trânsito, sem espaço no terminal nos horários de pico, o sistema está ameaçado de colapso. Enquanto a estrutura da ala sul é destruída, o caos se estabelece na ala norte. Apesar da logística perfeita do sistema “troca linha”, única no mundo, os ônibus não conseguem passar pela garganta do diabo.
A conseqüência da crise é mais grave do que imaginam os signatários da lei, fechados em gabinetes e sem contato com a realidade das ruas: supressão de viagens, redução das jornadas de trabalho, cortes nas linhas de produção, queda de produtividade das indústrias e do comércio, diminuição do PIB do município com a redução dos índices econômicos, perda de receita dos órgãos públicos, atraso e suspensão de aulas e muito mais. População revoltada, desorientada e sem proteção, dentro e fora do terminal, e pressão dos passageiros insatisfeitos sobre o pessoal de bordo do sistema.
As perdas incalculáveis colocam em risco o futuro do sistema, que em 50 anos de operação não registrou uma crise sequer. Nenhuma paralisação. Nenhuma greve. Tampouco sucateamento da frota. Para a NTU – Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano, a CNU – Confederação Nacional de Transportes, a Empresa 1, líder em tecnologia de bilhetagem eletrônica, e o “Meu Blog”, maior portal especializado em transporte, no Brasil, a TCA é referência mundial em qualidade e automação. Era. Até a demolição da ala sul do terminal transformar em sucata a tecnologia de primeiro mundo pretendida pelo Governo do Distrito Federal.
Com a licitação do transporte coletivo parada no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, a empresa está impossibilitada de renovar a frota e com a tarifa defasada enfrenta dificuldades para manter a regularidade e a qualidade do sistema. Enquanto isso, mais de 1 milhão embarques, com desconto de 50% ou gratuitos, contribuem para a sangria da receita do sistema. A esta agravante soma-se o crescimento acentuado da frota de veículos automotivos e os congestionamentos no trânsito, principalmente nas proximidades do terminal urbano, fatores determinantes do estrangulamento do sistema e da evasão de receita.
A demolição da sul do terminal é um golpe de misericórdia contra o povo de Anápolis. Não se contesta a preservação do patrimônio histórico de expressivo valor. Nada obstante ser legal desobstruir um prédio histórico tombado é injusto derrubar um equipamento urbano de uso estratégico do transporte público.
Conquanto não é mais cega expressão da verdade, a lei humana e socialmente justa deve enxergar de um olho para evitar a penalização do social em favor do cultural. Sem condições de fazer a integração de todas as linhas na ala norte do terminal, a população paga a conta da crise que pode acabar com o maior benefício social criado em Anápolis nas últimas décadas.
A vida de uma cidade circula pelas vias de seu transporte. Se o transporte público vai mal, a cidade vai de mal a pior. Nada é mais grave para uma cidade que a falta de mobilidade e este sintoma repercute ainda mais em vias estreitas, como no centro de Anápolis. Com mais de 200 mil veículos particulares a cidade tem 220 ônibus urbanos para garantir a mobilidade a cerca de 75 mil pessoas/dia – 2,25 milhões mês.
Anápolis está sob o risco substantivo da lei, a despeito do sentimento social que a norma jurídica despreza ante a ameaça de um retrocesso no transporte coletivo. População sem o direito constitucional de ir e vir, queda da qualidade do sistema e perda de divisas.
inda há tempo para a mobilização da opinião pública através de instituições representativas do enorme contingente de pessoas que dependem da logística do terminal para realizar seus deslocamentos. A vítima amarrada ao toco é dilacerada, mas continua de pé. É inadmissível a impossibilidade de se reconsiderar a sentença nefasta que fere de morte a acessibilidade da população e causa prejuízos incalculáveis à economia de Anápolis.
Todos sofrem os efeitos nefastos de uma lei burra e de uma sentença injusta, inclusive a imagem desgastada do Judiciário e do Ministério Público. Por ser contrária ao objetivo maior da Justiça, que é dar a cada um o que lhe é de direito, no caso a acessibilidade, caberia pedido de desconsideração da sentença transitada em julgado em favor da desobstrução do prédio da antiga estação ferroviária através da demolição de um patrimônio do povo da maior relevância, que garante o segundo embarque gratuito, diariamente, a 75 mil pessoas.
O fim da integração representaria um adicional de despesas para usuários e empregadores que pagam o vale transporte da ordem de R$ 187 mil diários ou R$ 5,6 milhões mensais, o equivalente ao custo de R$ 4,6 mil reais por cada uma das 400 pessoas, em média, que visitam diariamente o Museu Municipal. Este seria o custo social mensal do Museu do Transporte bancado pelos trabalhadores e empregadores que pagam o VT, fora o custeio pago pela municipalidade.
Perplexa com a demolição e sem saber o que fazer para reconquistar a qualidade de vida, neste momento dramático, a população não consegue se organizar, enquanto Anápolis destrói o social em favor do cultural de forma brutal e absurda, como nunca se viu no Brasil. Quando a cidade acordar deste pesadelo poderá ser tarde demais para se evitar o desastre que afetará a todos os segmentos da sua economia e penalizará violentamente as pessoas que dependem do transporte público.

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