Um sinal de alerta: dois importantes indicadores de desenvolvimento socioeconômico de Anápolis, que foram recentemente divulgados, apresentaram registro de queda. Um deles é o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, que acompanha, anualmente, o desenvolvimento dos municípios brasileiros, em três áreas: educação, saúde e emprego e renda, com base em estatísticas públicas oficiais, disponibilizadas pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde. O outro é o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM), estudo realizado pelo Instituto Mauro Borges (IMB), órgão ligado à secretaria estadual de Gestão e Planejamento.
O IFDM da Firjan é um indicador de leitura simples onde o índice varia de zero (mínimo) a 1 ponto (máximo) para classificar o nível de quatro localidades, em quatro categorias: baixo desenvolvimento (0 a 0.4 pontos); regular (0.4 a 0.6 pontos); moderado (0.6 a 0.8 pontos) e alto desenvolvimento (0.8 a 1 ponto)
Os dados apurados pelo CONTEXTO, com base no estudo da Firjan, em relação a Anápolis, demonstram que, após o resultado consolidado de 2011, o Município, que ocupava no ano base de 2010 a oitava posição no ranking estadual com média de 0.7736, caiu para a 17ª posição, ficando com a média de 0.7665. No ranking nacional, a Cidade caiu da 489ª posição para a 656ª posição. De 2005 a 2011, o Município mantém o nível de desenvolvimento moderado sendo que a melhor média foi a do ano base de 2010 e a pior a do ano base de 2005, registrada em 0.7029.
No estudo, levando-se em conta as variáveis, a melhor média ficou com o IFDN-Emprego e Renda com 0.7856, seguido pelo IFDM-Saúde, com 0.7733 e o IFDM-Educação, com 0.7406 pontos. É interessante notar, neste recorte, que nos anos base da pesquisa de 2009 e 2010, o IFDM – Emprego e Renda alcançou médias superiores a 0.8 (alto desenvolvimento). Todas as demais áreas, desde 2005, ficaram com médias de 0.6 a acima de 0.7, se situando na classificação moderada de desenvolvimento.
O ranking de Goiás do IFDM, com os 10 municípios melhor posicionados, é o seguinte: 1º Itumbiara; 2º Rio Verde; 3º Catalão; 4º Goiânia; 5º Goiatuba; 6º Ceres; 7º Jataí; 8º Morrinhos; 9º Palmeiras de Goiás e 10º Quirinópolis.
Desenvolvimento Humano tem índices melhores, mas queda no ranking
Em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, o conceito que inspirou a sua formulação é o mesmo que, em 1990, serviu de base ao primeiro relatório de Desenvolvimento Humano Global do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O IDH é composto por três dimensões (educação, longevidade e renda), sendo calculado a partir da base de dados coletados em anos censitários, uma vez que suas variáveis são retiradas do Censo Demográfico. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), segundo o Instituto Mauro Borges, responsável pela divulgação da pesquisa, “é composto pelas mesmas dimensões que o IDH Global, adaptando, apenas, as variáveis utilizadas. Isso ocorre devido à disponibilidade de informações que um país possui em seu banco de dados sobre os municípios e as necessidades locais”.
O estudo é dividido em três períodos censitários: 1991, 2000 e 2010 e, dentro da metodologia utilizada, foi estabelecida a classificação para o IDM, nos seguintes parâmetros: 0,000 a 0,499 (muito baixo); 0,500 a 0,599 (baixo); 0,600 a 0,699 (médio); 0,700 a 0,799 (alto) e acima de 0,800 (muito alto).
Em 1991, 235 municípios goianos eram classificados no índice muito baixo. Em 2000, esse número foi reduzido para 31 e em 2010, para apenas 03, sendo que neste último período, 129 municípios ficaram na faixa de classificação média e 114 na faixa de classificação alta.
Em relação a Anápolis, há uma boa e uma má notícia. A boa é que nos três períodos, ou seja, 1991, 2000 E 2010, tanto o IDH Geral quanto os recortes de Educação, Longevidade e Renda, tiveram um gráfico de crescimento ascendente. Por outro lado, o Município amargou uma queda significativa no ranking em todas as variáveis da pesquisa. O que demonstra que apesar dos avanços, outros municípios conseguiram se sobressair.
Em 1991 Anápolis registrou o pior IDH Geral (0,518- classificação baixa), mas detinha o 7º lugar no ranking estadual. No recorte de educação, o IDH-E era de 0,320 (classificação muito baixa), ocupando o 9º lugar. Essa mesma posição foi registrada para o recorte de longevidade, entretanto, com uma pontuação melhor, de 0,670 (médio) e no recorte de renda, com pontuação de 0,650 (média), o município tinha a 7ª melhor posição.
No ano de 2000, o IDH Geral foi de 0,641 (médio), valendo o 6º lugar no ranking estadual. O IDH-E foi de 0,491 (muito baixo), com o 12º lugar no ranking. O IDH-L foi de 0,776 (alto) com o 78º lugar e o IDH-R de 0,691 (médio), rendeu apenas 0 16º lugar no Estado.
No ano de 2010, o IDH Geral saltou para 0,737 (alto), mas na classificação, o município caiu para a 22ª posição no ranking. O IDH-E subiu para 0,660 (médio), valendo a 27ª posição. O IDH-L teve a melhor pontuação, 0,822, entretanto, rendeu apenas a 133ª posição na avaliação estadual e, por fim, o IDH-R subiu para 0,737 na pontuação, mas caiu para a 21ª posição no ranking goiano.
“O processo de industrialização na Região Centro Goiano tem ocorrido de forma intensa em alguns municípios. Anápolis, o principal município da região tem um IDHM alto, assim como a maior parte dos seus municípios vizinhos. Esse resultado pode ser explicado por fatores como a atração de diversas indústrias de transformação para Anápolis, em especial nos setores metalomecânico e químico-farmacêutico”, destaca o estudo do IMB.
Os 10 maiores do IDHM em Goiás
1º Goiânia
2º Ceres
3º Catalão
4º Goianira
5º Jataí
6º Rio Verde
7º Itumbiara
8º Nova Autora
9º Ouvidor
10º Valparaíso de Goiás
Os 10 piores do IDHM em Goiás
1º Campinaçu
2º Bonópolis
3º Mambaí
4º Sítio D‘Abadia
5º Monte Alegre de Goiás
6º Montividiu do Norte
7º Amaralina
8º Flores de Goiás
9º São Domingos
10º Cavalcante