Evento realizado pela Prefeitura, através da área social, visa conscientização dos anapolinos sobre o tema.
No Brasil, no ano passado, foram contabilizadas 1.459 vítimas de feminicídio. O que dá em torno de 4 vítimas por dia. Em Goiás, 57 mulheres foram vitimadas por esse crime. Também em 2024, o país teve 83.114 vítimas de estupro, sendo a maior prevalência delas no sexo feminino: 86%.
Esses são alguns números que retratam a violência contra a mulher. E, além desses tipos de violência, elas sofrem várias outras nos seus ambientes de trabalho, no lazer e, mesmo, dentro da própria casa.
A violência contra a mulher não vem de hoje e, por isso, uma lei federal (nº 14.448), de 2022, instituiu o Agosto Lilás, como data não para se comemorar, mas para refletir e educar sobre esse tema tão importante para toda a sociedade.
É um mês também dedicado à divulgação da chamada lei maria da Penha (nº 11.340), de 2006, que deste então tem sido um divisor de águas para o combate à violência contra a mulher no Brasil.
Mas, o país ainda fica muito a dever no enfrentamento deste tipo de violência e a conscientização da população é sempre um aliado poderoso para reduzir as alarmantes estatísticas, que carregam em si muitas vidas perdidas, muito sofrimento de famílias.
Números são apenas uma representação de cenário. A realidade crua e nua é que mostra, entretanto, quão cruel e devastadora é a violência contra a mulher, nas suas mais diversas formas.
Em Anápolis, a Prefeitura, através da secretaria municipal de Assistência e Políticas Públicas realizou quinta-feira (7/8), um ato para marcar a abertura do Agosto Lilás.
Uma “blitz educativa” aconteceu nos viadutos entre a Rua Barão do Rio Branco e a Avenida Goiás, em frente ao Centro Administrativo Adhemar Santillo.
Com cartazes e folhetos educativos, a equipe da secretaria fez abordagens nos veículos, deixando a mensagem da campanha. A ação contou com o apoio da Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT) e da Polícia Militar.
Confira fotos:
Referência
A cidade- pouca gente sabe- é uma das poucas no Brasil que possui no seu organograma uma gerência específica para assuntos relacionados à violência contra a mulher. Além disso, possui ainda o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) e o Conselho Municipal de Políticas Públicas para a Mulher.
Isso apenas dentro do “guarda-chuva” do poder público municipal, sem contar que a rede de assistência à mulher conta com vários outros “atores” e “portas de entrada”, como Delegacia da Mulher, Patrulha Maria da Penha, Ministério Público e Judiciário, Procuradoria da Mulher da Câmara Municipal, OAB Mulher, além de várias ONGs e entidades.
Elizângela Rezende é a gerente de Enfrentamento da Violência à Mulher. Segundo ela, a própria ação de instituir essa gerência no organograma municipal, já sinaliza a atenção que a gestão do prefeito Márcio Corrêa dá para essa questão.
Conforme disse, a Campanha Agosto Lilás desse ano traz uma mensagem importante, que é mostrar para a mulher que “ela não está sozinha nessa luta”.
A secretária de Assistência e Políticas Públicas, Jordana de Faria, em entrevista, destacou que o poder público e toda a rede, oferecem toda assistência que as mulheres necessitam.
NO CRAM, especificamente, as mulheres vítimas de violência recebem auxílio psicológico, jurídico e social. Ou seja, é um atendimento multidisciplinar e que tem vários “braços” dentro da rede.
Jordana disse que essa rede “está de braços abertos para receber e ouvir essas mulheres”. Conforme observou, infelizmente, muitas delas não denunciam as situações que estão passando, porque o agressor às vezes é o próprio esposo ou companheiro. E isso gera consequências dentro das famílias.
Por isso, conforme enfatizou, é importante que eventos como esse, ou seja, a blitz educativa sejam realizados, para que a sociedade saiba que a rede existe, que os serviços estão ao alcance daquelas que necessitarem.
Inclusive, durante uma blitz, uma mulher chegou a relatar ter sido vítima de abuso e que ela nunca tinha encontrado apoio e viu ali, que há sim, apoio e caminhos que podem ser trilhados para, senão acabar, mas reduzir essa violência.
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