Unidade do Parque Iracema retorna o atendimento na atenção básica. Fato que parece pequeno, mas tem grande dimensão no ciclo de enfrentamento da pandemia
A Unidade Básica de Saúde do Parque Iracema, que funcionou como referência para atendimento a pacientes da Covid-19 durante parte da pandemia, retornou suas atividades normais na atenção básica.
Um fato que parece simples e pode, até, para alguns, passar desapercebido. Mas, na verdade, trata-se de mais uma importante página virada no enfrentamento à pandemia do coronavírus, que infelizmente deixou um rastro de sofrimento para as pessoas que foram acometidas pela doença e de muita dor, para quem perdeu uma pessoa da família, um colega do trabalho ou da escola na batalha contra o vírus e pela vida.
Ainda não acabou. O coronavírus ainda circula, gera novos casos e provoca mortes, quando há agravamento.
O retorno da UBS Parque Iracema ao seu status normal de atendimento se reveste de simbolismo, porque foi uma entre as várias estratégias que o Município adotou no enfrentamento à pandemia.
Lá no começo de 2020, vale lembrar, quando ainda não havia nenhum caso registrado de Covid-19, a Prefeitura Municipal desenvolveu uma ação para montar uma rede de atendimento própria para acolher aqueles pacientes que viessem a necessitar de tratamento.
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Várias mudanças foram feitas na estrutura na rede municipal de saúde. Com doações de empresas e apoio dos governos estadual e federal com o envio de equipamentos, uma estrutura maior foi implantada, já quando o número de casos e de óbitos começou a avançar.
Foi, então, criado o Hospital “Norma Pizzari”, que passou a ser referência para receber os pacientes com quadros mais graves da Covid-19. Diga-se de passagem, uma unidade montada e mantida com recursos próprios da municipalidade e voltada para atender o cidadão anapolino, independente de regulação em outros níveis. O que, na época, foi um diferencial importante para ajudar a salvar vidas.
Anápolis implantou, de forma pioneira, um modelo de protocolo baseado em uma matriz de risco, determinando as variáveis “leve”, “moderada” e “alta”, de acordo com o acompanhamento da evolução de caso e a ocupação de leitos de internação e de UTI.
Uma ferramenta inovadora e que passou a ser adotada em outras cidades no País, possibilitando uma melhor tomada de decisão nos momentos em que foi necessário promover restrições ou flexibilização nas atividades econômicas.
No mesmo compasso, Anápolis saiu na frente com a vacinação contra a Covid-19, já tendo, anteriormente, se notabilizado por receber os repatriados de Whuham-China, que estavam no epicentro da pandemia.
Embora em um espaço de tempo relativamente pequeno, a pandemia mais se parece um filme de longa-metragem, daqueles de ficção científica.
Teve dias em que as ruas da cidade ficaram praticamente vazias. Somente o comércio essencial funcionava, como supermercados, farmácias, postos de combustíveis e outros.
No dia 15 de março de 2020, uma edição extra do Diário Oficial do Município trazia o decreto declarando a situação de emergência em razão da pandemia.
Em todos os lugares, as pessoas precisavam fazer o uso da máscara facial, como medida de prevenção para se evitar um maior alastramento do vírus pandêmico.
Como um filme ou como um livro, o fato é que a pandemia mudou rotinas, hábitos, conceitos de vida.
E, ainda, não acabou. O coronavírus ainda circula e, infelizmente, ainda provoca muita doença e, infelizmente, também, mortes.
No dia 12 de março deste ano, também no Diário Oficial do Município, foi publicado o decreto retirando a obrigatoriedade do uso da máscara facial. Foi mais uma página virada.
Mas, não quer dizer que temos de baixar a guarda e, aliás, fazer uso da máscara e manter os hábitos de higiene com as mãos, continuam sendo medidas recomendáveis, não só para a Covid-19, mas para outras doenças existentes ou que estão surgindo.
Os números da pandemia em Anápolis
A Prefeitura de Anápolis também criou um painel on line de monitoramento da Covid-19. A leitura dos números nos ajuda a fazer uma releitura do que passamos e uma leitura da realidade atual.
São números, diga-se de passagem. Mas, por trás de cada um deles, há muitas histórias de pessoas que foram acometidas pela doença, tiveram de ser internadas, algumas em estado grave, mas sobreviveram. Não se sabe ao certo o número, mas muitos pacientes ainda têm e enfrentam sequelas da Covid-19. E, nesta triste estatística, há muitas vidas perdidas, algumas, de forma precoce. Vidas que se foram, abrindo lacunas na vida de muitas famílias e da comunidade em geral.
Quem de nós não perdeu alguma pessoa próxima para a Covid-19?
Lá em 2020, no mês de abril, foram confirmados os dois primeiros óbitos. Ao fim do ano, já eram mais de 400. Em 2021, a situação foi mais agravante, com o registro de 1.295 pacientes que foram a óbito por conta de agravamentos da doença.
Felizmente, a curva se inverteu e os óbitos estão caindo. Este ano, nos meses de janeiro e fevereiro, ainda tivemos um número significativo: 49 e 42 para cada mês. Nos meses de março, abril e maio, foram 9 registros no total. Junho e julho teve um aumento, 22 casos em cada mês e, agora no mês de agosto último, foram apenas 4 registros. Portanto, são 148 no balanço de janeiro a agosto desse ano, contra 1.222 no mesmo período de 2021, com uma queda na casa de 725%.
Desde o início da pandemia, painel registra 89.531 casos confirmados de Covid-19 em Anápolis, dos quais 87.531 curados.
Nesta quinta-feira, 1º, no mesmo dia de retorno da UBS Parque Iracema à atenção básica, o painel mostrava 145 registros de isolamentos e 2 internações confirmadas.
Fatos, números, lembranças. Tudo isso, portanto, está registrado na história do enfrentamento à pandemia em Anápolis.