A diretoria do Anápolis buscou no empresário Francis Melo uma saída para diminuir as despesas e conseguir fazer caixa com negociações de jogadores. Em entrevista exclusiva para o Contexto, o diretor de futebol do tricolor André Hajjar dá detalhes da parceria.
Contexto: Como será a divisão desta parceria?
André Hajjar: Ele (o empresário Francis Melo) tem uma empresa que abre 50% das ações para a diretoria do Anápolis Futebol Clube. Quem quiser vai poder participar desta empresa e fazer a gestão no Clube já a partir deste ano. De toda a receita, 5% serão da instituição para pagar o passivo e para investir no Centro de Treinamento. Os outros 95% serão divididos entre o Francis Melo e a diretoria. Desde o dia da assinatura do contrato a empresa assume as despesas.
Contexto: Qual a garantia ao fim da parceria para não ficarem dividas?
André Hajjar: Esse contrato vai ter a garantia da empresa do Francis Melo, de que não se façam dívidas no nome do Anápolis Futebol Clube e a própria diretoria fará uma fiscalização mensal para pagamento de dívidas diárias. E, caso a empresa não cumpra com as obrigações, o contrato tem que ser desfeito imediatamente para não ficarem dividas, já que, até hoje, estamos pagando contas dos últimos 10 anos.
Contexto: Quem manda no futebol do Anápolis e define contratações?
André Hajjar: O comando vai ser compartilhado. O objetivo tem que ser o mesmo. Se não der certo, quais os objetivos? Fazer um time forte e vamos definir através de um colegiado em que todos poderão emitir opiniões para escolher os melhores nomes dos jogadores e do treinador. Se a gente não fizer boas contratações e montar um time competitivo, não vamos fazer negócios e os objetivos são iguais.
Contexto: E quais serão estes jogadores?
André Hajjar: Ele já passou uma lista com vários bons atletas. Por exemplo: o Vinicius que já passou por aqui e, hoje, é titular do Fluminense e é da empresa dele (Francis Melo) será vinculado através de um ativo no contrato, assim como os jogadores dele e os nossos, dentre eles, Ramires; Moisés, Igor, etc. Todos estarão vinculados, somente, em uma empresa a partir do início do contrato.
Contexto: Mas por que o Francis, que montou o time rebaixado em 2014?
André Hajjar: Ele tem sua parcela de culpa, mas, é uma pessoa que nos cativou. É sério, correto, conviveu com a gente por quatro meses e não tivemos nenhum desentendimento. Ele não correu da responsabilidade e sabe que tem uma dívida para com a torcida que será resgatada já no próximo Goianão. Eu acho que é um casamento perfeito desde que tenha honestidade e trabalho.
Contexto: Esta foi a melhor saída então?
André Hajjar: Entendo que sim. Ano passado ficou uma dívida de 500 mil reais e eu e o Zé Paulo (José Paulo Tinazo) tivemos que pagar essa conta e ainda andávamos nas ruas sendo culpados pelo rebaixamento. E, isso vai cansando. Se não trouxermos alguém para gerenciar, gente que tenha abertura no mercado, que saiba conduzir para gerar frutos, dinheiro, títulos e glórias, o Anápolis vai ser igual a vários clubes que não têm receita e estão cheios de dividas.