Data reforça a importância de apoiar e incluir as pessoas com essa condição na sociedade
Nesta terça-feira, 21 de março, é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data foi criada para conscientizar as pessoas sobre a condição genética que afeta cerca de 300 mil pessoas no Brasil e mais de 5 milhões em todo o mundo. A síndrome de Down não é considerada uma doença, mas sim uma condição que ocorre quando há uma cópia extra do cromossomo 21, o que afeta o desenvolvimento cognitivo e físico da pessoa. A data busca esclarecer dúvidas sobre a síndrome, que afeta uma em cada 700 pessoas nascidas no mundo, e reforçar a importância de oferecer apoio e inclusão.
Em Anápolis, a APAE é sempre lembrada quando o assunto é esse. Segundo o presidente da instituição na cidade, Vanderley Cezário de Lima, isso se deve ao fato da APAE Anápolis ter criado, no final da década de 60, a primeira escola de educação especial da região, o que possibilitou que as famílias, principalmente as mais pobres, que tinham pessoas com essas características, pudessem encontrar apoio. “Na época pouco se sabia sobre a síndrome, em comparação ao que sabemos atualmente, e a APAE, através da Escola Maria Montessori, que funciona até hoje, se tornou um porto seguro para que essas pessoas pudessem alcançar seus potencias cognitivos”, relembra.
Segundo Vanderley, a Síndrome de Down é uma condição genética que afeta o desenvolvimento cognitivo da pessoa, causando ainda características físicas distintas, como olhos amendoados, língua protrusa e mãos menores. Por isso, possuem deficiência intelectual de graus variados, que afetam suas habilidades de aprendizado e comunicação. “Há muito tempo, por não se tratar de uma doença, as pessoas nessa condição não fazem parte da maioria atendida pela APAE Anápolis, embora ainda recebam tratamentos de saúde pontuais na instituição e ensino especial na escola. Nosso principal desafio agora é combater o preconceito, já que se trata de pessoas muito capazes, embora a sociedade ainda não enxergue isso”, conclui.
O presidente esclarece que, quando crianças, os portadores da síndrome de Down geralmente precisam de acompanhamento médico e terapêutico especializado para avaliar seu estado de saúde geral e, mais tarde, ensino especial, para alcançarem seu potencial máximo de desenvolvimento. “Por isso trabalhamos para que elas tenham acesso a serviços de saúde, educação e inclusão social que atendam às suas necessidades específicas”, pontua. Para Vanderley, os cuidados úteis ao desenvolvimento de uma criança com síndrome de Down incluem estimulação precoce, como atividades de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, que podem ajudar a melhorar as habilidades motoras e de comunicação da criança.
Também é importante oferecer oportunidades de aprendizagem e socialização, tanto em casa quanto na escola, para que a criança possa se desenvolver e se integrar à sociedade. O desenvolvimento de uma pessoa com síndrome de Down é um processo individualizado e depende de uma variedade de fatores, como idade, nível de deficiência intelectual e apoio recebido da família e da sociedade. “É importante que a pessoa tenha acesso a educação, trabalho e lazer, bem como oportunidades de inclusão social, para que possa desenvolver suas habilidades. Algo que não é dever apenas dos pais ou de nós, como instituição, mas de toda a sociedade”, afirma Vanderley.