Todas as decisões envolvem riscos e perdas. Alguém, apropriadamente, afirmou que uma decisão é uma de-cisão, isto é, é uma forma de fragmentação. Ao decidir geramos ruptura, corte, cisão. Sempre haverá risco e recompensa. Não é possível ir para a direita sem perder as oportunidades que teríamos se fôssemos para a esquerda e vice-versa.
Portanto, precisamos avaliar quais riscos corremos e quais recompensas teremos com nossas decisões e atitudes. Podemos escolher o que quisermos na vida, mas as decisões trazem, em si, uma série de implicações. Trata-se de um “pacote” com todas as consequências inerentes. “É nos momentos de decisão que o seu destino é traçado”, já dissera o escritor e palestrante americano Anthony Robbins.
Uma forma interessante de decidir é tomar uma folha de papel em branco pra montar o seguinte esquema: escreva de um lado os aspectos positivos da sua decisão e, do outro lado, os aspectos negativos. Se a questão envolver sua família, vale incluir a esposa e, em alguns casos, até mesmo os filhos. No caso de uma decisão empresarial, convide funcionários e colegas para analisarem os efeitos que a medida vai trazer nos rumos e objetivos da instituição. Sempre haverá prós e contras. Sempre haverá riscos e recompensas.
Vale a pena? Muitos afirmam que é melhor pedir perdão que pedir permissão. Esta afirmação é bem perigosa, mas, eventualmente, pode ser válida. O problema é que muitos erros não são reparados apenas com pedido de perdão, pois trazem consequências. Uma ferida que causamos em alguém pode ser perdoada, mas os efeitos colaterais disso não podem ser corrigidos. Dirigir quando se está bêbedo causa acidentes. Pedimos perdão, mas se houver sequelas e mortes, isso jamais poderá ser corrigido. Há um ditado popular que diz: “O meu clube estava à beira do precipício, mas tomou a decisão correta: deu um passo à frente.”
Entendendo como as decisões trazem riscos e recompensas, a poetisa Cecília Meirelles escreveu sobre a angustiante crise da decisão em seu poema infantil:
Ou Isto ou Aquilo:
“Ou guardo dinheiro e não compro doce,
ou compro doce e não guardo dinheiro;
Ou isto ou aquilo, ou isto ou aquilo;
E vivo escolhendo o dia inteiro…”
Um exemplo de boa escolha, cuja decisão traz implicações psicológicas, morais, espirituais e eternas em nossas vidas está no que o profeta Josué disse ao povo de Israel: “Escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” – (Jos. 24.15). Não há como negar que esta é a mais sábia e mais delicada decisão que podemos tomar. E vale dizer: trata-se de uma decisão com grandes e eternas recompensas.