O psiquiatra Scott Peck faz uma interessante antítese sobre a vida e a morte, utilizando os termos em inglês, to live (viver), com evil (que em inglês é mal). Se lermos detrás para a frente veremos que evil e live são opostos. O mal, seja ele em que dimensão for percebido, será sempre a anti vida.
Para além da existência biológica, a “vida” pode significar uma vida plena, abundante, com propósito, paz e alegria, que é vista como um dom de Deus. O “inimigo” não se refere necessariamente a uma pessoa física, mas sim a uma força, um princípio ou uma condição espiritual. Em um contexto cristão, isso remete frequentemente a Satanás ou às forças espirituais do mal, que são associadas à morte, à destruição, ao pecado e à ausência de vida (espiritual, emocional, física).
Se Deus é a vida, seu oposto (o inimigo) manifesta-se como a ausência dessa vida. Isso pode se traduzir em morte espiritual, que é a separação de Deus, vazio interior, falta de propósito. Destruição: Tudo o que corrompe, deteriora, desintegra, causa sofrimento e leva ao fim. Escuridão, desespero, estagnação: Ausência de crescimento, esperança ou vitalidade.
Deus é a essência de tudo o que é bom, vital e pleno. O inimigo representa a antítese disso: tudo o que leva à ausência de vida, à morte, à destruição e ao vazio. Existe uma polaridade clara entre o que Deus oferece (vida) e o que o inimigo representa (falta de vida). Esta é uma forma poética e teologicamente carregada para expressar uma visão de mundo onde o bem e o mal, a vida e a morte, estão em conflito, e a fonte de todo o bem e da vida é Deus.
Por onde o inimigo trafega, há morte e destruição. Jesus descreve assim a ação do mal. “O diabo vem para roubar, destruir e matar.” Alguém afirmou: “Estou no fim do poço, o mal tem me destruído…” Para seu desespero, entretanto, o maligno não tem a intenção de fazer uma obra incompleta. Ele quer roubar, destruir… e matar. Podemos entender esta morte de forma literal ou simbólica. Muitos morrem antes de morrerem, tornam-se zumbis, ainda caminham, mas sem alegria, entusiasmo, contentamento. É morte por antecipação.
Não é muito difícil perder a beleza e o significado da vida. Chico Buarque, aborda o tema do trem que descarrila, de forma alegórica e simbólica em sua canção “Construção”. A letra descreve um momento de caos e instabilidade, onde a viagem em si é interrompida por um desastre que representa as dificuldades e contratempos que a vida pode apresentar. Apesar do contexto sombrio, a música também pode ser interpretada como uma mensagem de esperança, de que, apesar das dificuldades, a vida e a sociedade podem se transformar.
No seu ministério Jesus percebe a vida moribunda e miserável em muitos de seus seguidores e proclama esperança: “Eu vim para que tenham vida, e vida em abundância.” Ele se autodefine como aquele que é a fonte da Vida. Deus não apenas cria a vida, mas é a própria essência da vida. Em João 14.6, reitera: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, e em João 1.4 lemos: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens”. Deus é o originador, o sustentador e o propósito da existência.
Apesar dos obstáculos e desafios que a vida apresenta, é necessário buscar a transformação e a esperança em um futuro melhor. Afinal, se o inimigo é a falta da vida, Deus é a própria vida.
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