O Município já obteve R$ 50 milhões em investimentos nesta área e deve receber mais de R$ 50 milhões para a busca da universalização do atendimento
Crise. Infelizmente, por muito tempo, essa palavra foi a mais recorrente para tratar de um setor essencial na vida das pessoas: o saneamento básico. Contudo, em Anápolis, essa é uma realidade que vem mudando já de forma bem perceptível na questão da água tratada e, agora, também, do esgoto sanitário.
Em fevereiro de 2020, foi assinado o novo contrato da Saneamento de Goiás S/A (SANEAGO), com o Município. Em todo o sistema, ou seja, em água e esgoto, o novo contrato, no formato de contrato de programa, prevê investimentos globais na ordem de mais de R$ 500 milhões para um período de 30 anos de vigência.
Muito tem se falado nos investimentos no sistema de água, com o objetivo de cumprir metas de curto, médio e longo prazos, para se assegurar a segurança hídrica ao Município nas próximas décadas.
Entretanto, tão importante como os investimentos em água tratada, são os investimentos no sistema de coleta e tratamento de esgoto. E, aí, para se ter uma ideia do que está ocorrendo hoje, é preciso se conhecerem alguns indicadores. Um deles é o Ranking de Saneamento, realizado pelo Instituto Brasil em parceria com a consultoria GO Associados.
Anápolis contribui com o crescimento do agronegócio goiano
Esse ranking traz os indicadores de água e esgoto nas 100 maiores cidades do País, com base em dados coletados no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
No ranking de 2021, que tem como base dados coletados em 2019, Anápolis ficou em 49º lugar entre os 100, com Índice de Atendimento de Água de 98,13% e Índice de Atendimento de Esgoto de 71,22%. Conforme se observa, a base de dados desse estudo é de 2019.
Números apresentados pelo Presidente da SANEAGO, Ricardo Soavinski, durante encontro na Câmara Municipal, por iniciativa do vereador Lisieux José Borges (PT), mostram que o índice de água, tecnicamente, já está universalizado, com mais de 99% de atendimento.
Já, a cobertura de esgoto, de um ano e meio para cá, após a vigência do contrato de programa, está chegando à casa de 81%. Com as expansões de água e, sobretudo, de esgotamento sanitário, o Município certamente avançará posições nas próximas edições do ranking.
Investimentos em esgoto
Conforme os dados demonstrados pela SANEAGO, aos quais o CONTEXTO teve acesso, de fevereiro de 2020 para cá, ou seja, da assinatura do contrato de programa em diante, já foram investidos no sistema de esgotamento sanitário de Anápolis mais de R$ 50 milhões. A população urbana atendida com esgoto alcançou 311.603 habitantes (cerca de 81%).
Para isso, houve uma expansão de 730 quilômetros de redes coletoras. A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) teve as suas operações iniciadas no ano de 1988, sendo que, hoje, tem uma capacidade instalada de 740 litros por segundo e vazão de afluentes de 296 litros por segundo. O corpo seletor é o Rio das Antas. Com a expansão do sistema, 46 novos bairros passaram a ser atendidos com o benefício, num alcance de 18.182 domicílios.
Os investimentos concluídos no ano passado e, este ano, abrangem três grandes bacias: Felizardos, Góis e Antas. Na primeira, foram implantados 126 mil metros de redes coletoras. Na Bacia do Góis, foram implantados 147 mil metros de redes coletoras. E, na Bacia do Antas, foram aditados 79,5 mil metros de redes coletoras. Além disso, houve também a instalação de interceptores e de Estações Elevatórias de Esgoto.
Ampliação do Sistema
Ainda, conforme os dados apresentados pela SANEAGO, novos investimentos estão a caminho na execução do novo contrato. Esses investimentos serão feitos em lotes. Nos lotes 1 e 4, estão previstas melhorias na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE): – sistemas terciários de tratamento por flotação e ultravioleta; – remoção de carga orgânica. Ampliação da Bacia do Antas: complementação da rede coletora de esgoto com mais 26,4 mil metros. Neste lote, os investimentos previstos são da ordem de R$ 29 milhões.
No lote 5, estão previstas melhorias na Bacia do Catingueiro: – 105 mil metros de rede coletora; – 5 estações elevatórias; – novos domicílios atendidos (6.977 domicílios). Neste lote, os investimentos previstos são de R$ 23 milhões.
Investimentos programados para o sistema de água somam cerca de R$ 380 milhões
O Sistema de Abastecimento de Água de Anápolis é alimentado, atualmente, por quatro mananciais: Ribeirão Piancó, Ribeirão Anicuns, Ribeirão Capivari e Ribeirão Caldas. Ele conta com duas estações de tratamento: a ETA Convencional, com capacidade de 860 litros por segundo e a ETA Compacta, inaugurada recentemente, com capacidade de 150 litros por segundo.
São quatro sistemas de captação: o Piancó I, com capacidade, hoje, de 1.010 litros por segundo; o Piancó II, com capacidade de 500 litros por segundo (com melhorias, haverá um adicional de 150 litros por segundo); captação do Capivari, com capacidade de 150 litros por segundo e previsão de aumentar em mais 150 litros por segundo e a captação do DAIA, com capacidade de 170 litros por segundo.
A população atendida é de 383.711 habitantes em 160.768 unidades. A água chega até às torneiras através dos 2.028 quilômetros de redes. O sistema de abastecimento, também, está sendo reforçado com a perfuração de poços artesianos. Foram abertos 54 e, destes, 20 obtiveram vazão.
Atualmente, o serviço de água potável em Anápolis está tecnicamente universalizado, com mais de 99% população servida, restando, apenas, os setores Jardim Promissão e Monte Sinai. Nesses locais, já existe oferta por meio de poços, mas, para que outros investimentos sejam feitos, é necessário se fazer a regularização fundiária. O índice de atendimento de água é maior que os registrados para Goiás e para o Brasil, respectivamente, de 96,4% e 83,72%.
Investimentos programados no sistema de água
Nova captação do Capivari
- – 600 litros/segundo
- – Adutora de água bruta (22.000 metros)
- – Investimento previsto: R$ 45 milhões
Implantação do Barramento no Piancó
- – Regularização da vazão (1.200 litros/segundo)
- – Investimento previsto: R$ 150 milhões
Centro de Reservação Aeroporto
- – 1.200 m3
- – 30.652 m de redes de distribuição
- – Investimento previsto: R$ 5 milhões
Centro de Reservação Calixtópolis e Recanto do Sol
- – 1.000 m3
- – 17.000 ms. de redes de distribuição
- – Investimento previsto: R$ 6 milhões
Estações Elevatórias de Água JD. América e Santo André
- – 75.748 m de redes de distribuição
- – Investimento previsto: R$ 18 milhões
Ampliação da Estação de Tratamento de Água
- – Implantação de 2 novos módulos
- – Subestação de energia
- – Reforma dos módulos existentes
- – Unidade de tratamento de resíduos
- – Investimento previsto: R$ 80 milhões
Redes de Distribuição de Água
- – Remodulação e reformas
- – 158.088 ms.
- – Investimento previsto: R$ 36 milhões
Ampliação das Estações Elevatórias Piancó I e II
- – Capacidade 1.200 L/s
- – Capacidade 800 L/s
- – Investimento previsto: 40 milhões