Conforme foi antecipado pelo CONTEXTO, em sua última edição, será realizada uma audiência pública na Câmara Municipal, para discutir o futuro da Base Aérea, com a “aposentadoria” dos caças Mirage 2000, sediado no 1º Grupo de Defesa Aérea (GDA), que já cumpriram o seu ciclo e serão desativados no fim deste ano.
Em reunião na última terça-feira, 08, foi definida a programação do evento, que será realizado no Plenário “Teotônio Vilela”, às 09 horas. A audiência pública está sendo articulada por representantes de setores organizados da sociedade e membros honorários da Força Aérea Brasileira, que estão sendo chamados a participarem da reunião que foi proposta na Casa pelo Vereador Sargento Pereira (PSL).
O Juiz de Direito Carlos Limongi Sterse, que é um dos membros desse grupo, e o superintendente do Porto Seco Centro-Oeste, Edson Tavares, informam que o objetivo é unir esforços para que a BANN seja fortalecida. Para isso, é necessária a mobilização da sociedade a fim de que o Governo Federal defina, com maior celeridade, o Projeto FX2, para a renovação da frota de caças do País.
Atualmente o Projeto FX2 está entre três fortes concorrentes internacionais: a Dassault (França), fabricante do Rafale (uma versão mais moderna do Mirage); a Saab-BAE (Suécia), fabricante do Gripen NG e a americana Boeing, fabricante do F-18 E/ F Super Hornet. E, também, a Rússia estaria correndo por fora com a Sukhoi, que fabrica vários modelos de caças aéreos.
O ex-comandante da Base Aérea, Coronel Aviador Cícero Ceccato, hoje assessor do Ministério da Defesa, na área internacional, foi convidado a participar da reunião e, na oportunidade, deu uma explanação sobre o projeto da renovação da frota que, segundo ele, já foi totalmente definido, em relação à parte técnica, pela Aeronáutica. A decisão está, agora, nas mãos da Presidente Dilma Rousseff, numa negociação bastante complexa e que envolve uma série de nuances comerciais, transferência de tecnologia e muitas outras questões. Ele estimou que da decisão tomada até à chegada das novas aeronaves, deve haver um espaço de quatro a cinco anos, devido à complexidade dos contratos, a preparação de pilotos e das próprias aeronaves.
Cícero Ceccato foi enfático ao ressaltar que nem a Base Aérea e nem o 1º GDA serão fechados, uma vez que a FAB tem alternativas de manutenção do complexo militar que é considerado um dos principais do País e que, há 30 anos, veio sendo construído em termos de estrutura física e doutrina, além de um inestimável patrimônio de conhecimento e tecnologia agregada. “É isso o que nós não podemos perder”, frisou, destacando ser legítima a preocupação e a movimentação da sociedade em defesa da Base Aérea.
De acordo com o Juiz Carlos Limongi, a intenção da Audiência Pública é, realmente, esta, ou seja, trazer pessoas com conhecimento para discutir o assunto e mostrar a importância da união da sociedade com o objetivo de sensibilizar as autoridades para a importância de se olhar para esta questão, a fim de que, não só Anápolis, mas o País não sofra com o atraso, em termos de agregação de conhecimento e de tecnologia. “A Base Aérea não vai fechar. Pelo contrário, nós queremos é que ela fique mais forte”, sublinhou.
A Audiência Pública terá como tema: “A Base Aérea de Anápolis e a Defesa Aérea Nacional”. Além de trazer autoridades para participarem do evento, o grupo, também, está mantendo contato com os Dijon Boys, que foram os primeiros pilotos de Mirage do Brasil, que ficaram conhecidos com este nome por terem passado por toda uma etapa de preparação na Cidade de Dijon, na França.
Milhares acessaram matéria na internet
Na semana passada, logo após a postagem da matéria na página do Fecebook do jornal, ainda na quinta-feira,03, começou a repercussão na rede social. Em menos de uma semana, houve 160.484 visualizações do post, 92 comentários e 292 compartilhamentos. Neste último caso, pessoas que viram o material e encaminharam para os seus respectivos amigos na rede social, número este, ainda fora das mais de 160 mil visualizações. Mais de uma centena de visualizações, foram de outros países, inclusive, houve um comentário de um oficial de alta patente da reserva das Forças Armadas. Veja abaixo, trechos editados de alguns comentários postados: