Técnicos admitem que o momento nacional é propício para investimentos na criação, engorda e venda de peixes no Estado, que tem hoje 3.675 pescadores legalizados e outros 620 não legalizados.
Nilton Pereira
Goiás terá um grupo de trabalho dedicado à aquicultura e à pesca. A decisão foi tomada durante Reunião Técnica para o Desenvolvimento do Setor de Aquicultura e Pesca, na Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás, José Eduardo de França, abordou a situação dos aquicultores no Estado e pediu a formalização de um grupo para discutir demandas e encaminhar soluções para o segmento.
Em resposta, O secretário Tiago Mendonça determinou a criação de um comitê com reuniões mensais para tratar de temas ligados a aquicultura e pesca.
A estrutura vai funcionar no âmbito do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agropecuário. “Goiás tem um potencial enorme e pode se tornar referência na atividade”, destacou o Secretário.
Os números

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Estado de Goiás tem, hoje, 3.675 pescadores legalizados e outros 620 não legalizados. José Eduardo de França acredita que a situação é preocupante, porque os informais estão produzindo e processando peixes em condições sanitárias desconhecidas e é preciso fazer um grupo de trabalho com todo o segmento, envolvendo pesquisa, assistência técnica, treinamento e comercialização”.
Para José Eduardo França adiantou que é necessário trabalhar em parceria com órgãos como Agência Goiana de Defesa Agropecuária, Emater, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e vigilâncias sanitárias municipais.
O fomento à produção, por meio da concessão de crédito, e a melhoria do ambiente de negócios estão entre as medidas necessárias ao avanço da atividade no Estado. Goiás tem enorme potencial incrível para a piscicultura.
Com a união de forças de vários setores e entidades, é possível ampliar o mercado de peixes.
A reativação do Mercado do Peixe no Distrito Federal é considerada um caso de sucesso que pode motivar ações em Goiás. Segundo apurou-se no encontro, Goiás reúne todas as condições para ser um dos maiores produtores de tilápia, um dos peixes mais consumidos no Brasil.
As vantagens
Entre as vantagens do Estado, enumerou-se a localização central no território brasileiro, a facilidade de transporte área, rodoviário e ferroviário, a pluviosidade média anual de 1700mm, a temperatura média anual de 25ºC e a disponibilidade de água.
Goiás tem grandes lagos de hidrelétricas e rios de vários tamanhos. A atividade mais promissora é a criação de peixes em tanques-rede nos grandes reservatórios, uma das tecnologias mais modernas e o pacote tecnológico já está pronto, principalmente no caso da tilápia, que é o peixe mais consumido no mundo. Mas, também, há potencial para peixes nativos, como tambaqui e pintado.
Destaca-se, ainda, a questão mercadológica, pois o consumo de peixes disparou nos últimos meses, tendo em vista as altas desproporcionais nos valores cobrados por cortes de carnes de boi, poco, e até, de aves.
O consumo de proteína animal, via pescados, é a principal alternativa apontada pelos técnicos. Levantamento apresentado durante o evento, mostra que a União tem 10 reservatórios em Goiás, com capacidade para produzir, pelo menos, 222.212 toneladas de peixes por ano.
Apenas os reservatórios de Serra da Mesa e Cana Brava estão com suas capacidades esgotadas. Batalha; Cachoeira Dourada; Emborcação; Itumbiara, São Simão e Serra do Facão podem ser melhor explorados. Paranã e Queimados, sequer, tiveram suas capacidades calculadas até o momento.





Nada justifica o kilo da tilapia custar $ 40,00 o kilo nos super mercados e o filé de merluza $ 30,00 o kilo.