Uma densa nuvem negra começou a pairar nos céus do Brasil com o anúncio do fim do Auxílio Emergencial. Foi um projeto que durou mais de ano e que, realmente, diminuiu o sofrimento de muita gente. Claro que os valores ofertados (dependendo do tamanho das famílias) não foram suficientes para o atendimento de todas as demandas. Mas, vale a velha máxima: “ruim com ele, pior sem ele”. O dinheiro que caiu na conta de milhões de brasileiros, por certo, evitou o agravamento dos problemas, principalmente da fome em crianças, jovens, adultos e idosos. Foi bom enquanto durou, se tornando página virada.
Começa a nova fase de ajudas do Governo Federal, agora, com o nome de Auxílio Brasil. Este vai contemplar a mais de 14 milhões e meio de famílias já incluídas no programa Bolsa Família com a promessa de se inserirem mais dois milhões e 400 mil núcleos que, ainda, não estão no projeto. E, de quebra, conceder um reajuste real nos benefícios que ficarão, em média, na casa dos 400 reais. Mas, o grande nó em tudo isso é que, calculadamente, 22 milhões e 600 mil famílias que não participam nem do Bolsa Família (agora, Auxílio Brasil) e nem recebiam qualquer ajuda do Auxílio Emergencial, continuarão na mesma situação. Ou seja: para cerca de 80 milhões de brasileiros, restará a peregrinação em busca de uma oportunidade para se inscreverem em um desses programas, ou, conseguirem um sustento através de empregos, o que, por sinal, está muito difícil neste País.
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A dedução a que se chega, é mais do que lógica. Auxílio Emergencial, Auxílio Brasil ou Bolsa Família, é tudo a mesma coisa. Ou seja: são milhões de brasileiros muitos deles profissionais (até de bom nível) fora do mercado de trabalho e que dependem do que o próprio nome assegura: Auxílio. Ou, ajuda, ou apoio, ou socorro. Claro que tais programas ajudaram, ajudam e vão ajudar a muita gente. Mas, não resolvem o problema de ninguém. É certo que 400 reais para uma família de quatro pessoas, diluem-se em pouco tempo. E, o que dizer sobre os que, nem isso, vão receber?
Na verdade, o que faltava antes da pandemia, falta durante e pode continuar faltando após seu fim. É certo que a crise causada pelo novo coronavírus atingiu a, praticamente, todos os países. Mas, muitos deles já se levantaram e se reinventaram. O Brasil, também, precisa disso. Necessita, urgentemente, criar empregos, fomentar a economia, girar o capital. O trabalhador; o pai (e a mãe) de família, o cidadão, quer trabalhar e ganhar seu próprio sustento. Até porque, o Tesouro Nacional não é inesgotável, não tem dinheiro ad eternum para custear esses programas sociais a vida toda. Valendo a máxima: de onde se tira e não se repõe, chegará um dia em que não haverá o que se tirar.