O Anápolis City é um dos setores mais cheios de curiosidades e diferenças na Cidade. Instalado pela Companhia City de Desenvolvimento, que tinha como titular o engenheiro Geraldo de Pina, a sua evolução se deu na década de 70, com a construção da Vila dos Sargentos e Sub Oficiais da Aeronáutica, para abrigar os militares da Base Aérea. Ali se instalou, também, um clube e a região prosperou com edificações de bom padrão por famílias das classes média e alta.
A região chegou a ser chamada de o bairro dos “novos ricos de Anápolis”. Entretanto, hoje, depois de passados muitos anos desde a sua fundação, ainda é possível encontrar problemas graves de infraestrutura como, por exemplo, ruas sem asfalto e galerias de captação de águas pluviais e esgoto. Uma situação contraditória para o status que o local ganhou.
Maurice D’Simoni Rosa convive com esse drama. A sua residência está localizada na Rua N-35 onde, segundo ele, nem mesmo o caminhão da Celg conseguiu chegar para levar a energia, devido à precariedade das condições de acesso. Segundo ele, asfaltar a rua seria a solução. Mas, a agonia é tão grande que, de imediato, um patrolamento e o encascalhamento da rua já resolveria, em parte, os problemas enfrentados pelos moradores, que têm dificuldades, até, para chegarem às suas próprias casas. Ainda, segundo ele, como não há asfalto, consequentemente, não há captação de águas pluviais e isso só contribui para agravar a situação.
Na segunda etapa do Anápolis City, há lotes baldios e casas abandonadas que servem de abrigos para bandidos e para usuários de drogas que, com frequência, estão no local. Na Rua S-98, os moradores também não contam com o asfalto. E, neste caso, há um imbróglio, por que a rua consta nos registros da Prefeitura como se fosse asfaltada. Mas não há um metro sequer desse piso. Há, sim, muitos buracos e para se colocarem os carros nas garagens, é preciso um bom exercício de paciência e cautela.
Todavia, nem tudo são espinhos. O Anápolis City tem, também, um bosque formado pelos próprios moradores, com várias espécies de árvores nativas do Cerrado. Novas construções militares foram erguidas e a Prefeitura já resolveu, em grande parte, o problema das invasões que se formaram próximo à margem do Córrego Antas, que se encontra com o Ribeirão Água Fria.
O outro lado
O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável, Clodoveu Reis Pereira, afirmou ao CONTEXTO que os setores da Cidade que não contam com a pavimentação, serão contemplados dentro do programa “Asfalto para Todos”, cujos trabalhos serão retomados logo que terminar o período chuvoso. “Por enquanto, não temos como trabalhar”, disse, acrescentando que a lista de prioridade é grande. O secretário não soube precisar quando o Anápolis City entraria no cronograma, já que há diversas outras frentes já iniciadas.
Além do que, o secretário ponderou que parte do bairro não conta com o serviço de esgoto, que deverá ser feito primeiro. “Seria uma incoerência a gente levar o asfalto sem antes fazer a rede de esgotamento sanitário”, pontuou. Sobre as ruas que estariam constando no cadastro da Prefeitura como asfaltadas, mas não têm o referido benefício, Clodoveu Reis disse desconhecer que isso esteja ocorrendo de fato. De qualquer forma, ele orientou que os moradores que porventura tiverem com o valor venal do imóvel desajustado por conta do problema e pagando mais caro o IPTUITU, os mesmo deverão procurar a Prefeitura para fazer a revisão do cadastro. “O que vale é o valor venal do imóvel, se tiver injustiça, vamos corrigir”, ressaltou. “Nós estamos procurando fazer tudo o que é possível, mas a população deve ter a compreensão de que a gente não tem como fazer tudo de uma vez”.
O secretário informou que frentes de serviço vão trabalhar dentro dos próximos dias para asfaltar os setores Samambaia, Parque Brasília, Ibirapuera e Flor de Liz. No Las Palmas também as equipes vão entrar com o serviço de rede de esgoto.