Fundada nos anos 1970, a unidade se tornou sinônimo de defesa nacional, desenvolvimento regional e integração social.
A decisão de instalar uma base aérea em Anápolis não foi por acaso. No auge da Guerra Fria, com o Brasil buscando ampliar sua capacidade de defesa aérea e vigilância sobre o Planalto Central, o governo federal identificou na cidade uma posição geográfica privilegiada. Localizada a cerca de 160 quilômetros de Brasília, Anápolis permitia rápida resposta a qualquer ameaça aérea à capital federal.
A escolha oficial do local ocorreu em 10 de agosto de 1969, quando o então Ministro da Aeronáutica, Marechal-do-Ar Márcio de Souza e Mello, definiu Anápolis como sede da nova base aérea.
As obras começaram em 9 de fevereiro de 1970, data também marcada pela ativação do Núcleo da 1ª Ala de Defesa Aérea. A primeira cerimônia militar na instalação ocorreu em 5 de abril de 1972, sendo considerada por muitos como o “aniversário simbólico” da base.
A inauguração oficial e o início das operações se deram em 23 de agosto de 1972, após a conclusão da pista de pouso, data reconhecida como marco inaugural da BAAN.
A base foi concebida para operar os supersônicos Mirage III – conhecidos no Brasil como F-103 –, aeronaves francesas que deram à Força Aérea Brasileira (FAB) a capacidade de defesa aérea de alta performance.

Importância estratégica
Desde sua fundação, a Base Aérea de Anápolis é uma peça-chave no sistema de defesa do espaço aéreo brasileiro. Coube a ela, por décadas, proteger os céus do centro do país, monitorar o tráfego aéreo estratégico e responder, com prontos caças de interceptação, a qualquer violação do espaço aéreo nacional. Sua posição geográfica a torna essencial na cobertura da capital federal e no suporte ao Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), sendo parte do sistema de defesa do CINDACTA I.
Atualmente, a BAAN abriga o 1º Grupo de Defesa Aérea (Esquadrão Jaguar), que opera caças F-5EM e, mais recentemente, passou a incorporar os avançados caças suecos Gripen F-39E, o que marca um novo patamar tecnológico para a aviação de caça no Brasil.

Também estão sediados na BAAN:
* O 2º/6º GAv (Esquadrão Guardião), com aeronaves E-99 e R-99 para alerta aéreo antecipado e sensoriamento remoto;
* O 1º Grupo de Transporte de Tropa (Esquadrão Zeus), que opera o moderno cargueiro KC-390 Millennium, de fabricação nacional.
Desenvolvimento local: emprego, tecnologia e impacto social
A presença da Base Aérea de Anápolis teve um impacto profundo no desenvolvimento da cidade. A BAAN gera centenas de empregos diretos e indiretos, atrai investimentos em tecnologia e infraestrutura, e influencia positivamente o setor de serviços – hotéis, comércio, escolas e universidades se expandiram impulsionados pela presença militar e de profissionais de alta qualificação.
O município se tornou também polo de formação técnica e acadêmica com influência da base. Muitos filhos de militares fixaram residência na cidade, trazendo diversidade cultural e novas demandas educacionais, sociais e econômicas. A integração com a comunidade anapolina é permanente: a BAAN realiza projetos sociais com crianças e adolescentes, participa de campanhas beneficentes e mantém portas abertas para a população em eventos como o tradicional “Portões Abertos”.
Acontecimentos marcantes e reconhecimento internacional
Ao longo de sua história, a BAAN protagonizou ações relevantes, como:
* Operações de interceptação de aeronaves suspeitas que entraram no espaço aéreo nacional;
* Missões de transporte logístico e ajuda humanitária com o KC-390;
* Apoio em grandes eventos nacionais, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, atuando na defesa aérea de Brasília e entorno.
Com a chegada do Gripen, o Brasil passa a contar com um dos mais modernos caças de geração 4.5 do mundo, com tecnologia avançada de radar, guerra eletrônica e interoperabilidade com sistemas da OTAN. A BAAN, nesse contexto, se torna referência mundial em integração de sistemas avançados de defesa aérea na América do Sul.

Orgulho de Anápolis
No aniversário de Anápolis, a Base Aérea se impõe como um símbolo de orgulho local e um pilar estratégico nacional. Representa a união entre a soberania brasileira e o desenvolvimento social, tecnológico e urbano de uma das mais importantes cidades do Centro-Oeste.

Mais que uma instalação militar, a BAAN é um centro de excelência, que projeta Anápolis para o Brasil e o mundo. Seu presente é marcado pela inovação e sua história, por coragem e compromisso. Que sua trajetória continue impulsionando não apenas os céus, mas também os sonhos de uma cidade que soube, desde sempre, olhar para o alto. (Contribuiu com este conteúdo o historiador Jairo Alves Leite, presidente fundador do Instituto de Patrimônio Histórico e Cultural Professor Jan Magalinski)
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