A bebê de três meses, internada em estado grave após suspeita de agressão pelo próprio pai em Anápolis, passa nesta quarta-feira (13/8) por protocolo de morte encefálica em Goiânia.
Inicialmente, ela foi levada a tratamento por suposto engasgo, mas exames realizados no último domingo (10/8) revelaram traumatismo cranioencefálico grave. Dessa forma, a investigação aponta que a lesão ocorreu enquanto a criança estava sob cuidados do genitor.
Transferência hospitalar
A criança foi transferida nesta terça-feira (12/8) da Santa Casa de Misericórdia de Anápolis para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Assim, ela permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até a conclusão do protocolo, que pode levar até 24 horas para determinar se há morte cerebral. Além disso, a informação foi confirmada ao Mais Goiás pela delegada Aline Lopes, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Anápolis.
Investigação inicial
Em um primeiro momento, o pai, de 31 anos, acionou o Corpo de Bombeiros ao notar que a filha não respirava. Além disso, ele afirmou que a bebê estava no colo da mãe quando teria engasgado. No entanto, os profissionais da Unidade de Pronto Atendimento suspeitaram de agressão. Por isso, devido à gravidade das lesões, o pai foi preso ainda no hospital.
Tese afastada
À delegada, o genitor admitiu que estava sozinho com a criança no momento do incidente e que a lesão craniana teria ocorrido enquanto tentava socorrê-la. Contudo, a Polícia Civil investiga o caso como tentativa de homicídio. Por isso, converteu a prisão temporária do pai em preventiva e, além disso, analisa a possível responsabilização da mãe. “Não temos indícios de participação da mãe, porque ela não estava em casa. Por outro lado, há sinais de negligência com os outros três filhos do casal, que viviam em ambiente insalubre e teriam sido agredidos anteriormente”, detalhou Aline Lopes.
Além do bebê, o casal tem filhos com idades entre quatro e 12 anos. As investigações mostram que as crianças eram deixadas sozinhas para que os pais usassem drogas e, consequentemente, permaneciam sem alimentos ou suporte. Após a prisão do pai, os filhos estão sob cuidados da avó.
Consequências legais
As apurações seguem para identificar todas as situações de negligência e maus-tratos envolvendo a família. Assim, caso seja confirmada a morte da menina, o pai poderá responder por homicídio doloso, maus-tratos e abandono de incapaz, com soma de penas que pode chegar a 35 anos de prisão. Além disso, a defesa do suspeito não foi localizada, e o espaço segue aberto para manifestações.
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