O InfoMoney, um dos maiores sites especializados em investimentos pessoais e em educação financeira do Brasil, ouviu especialistas que explicam por que alguns itens não compensam serem comprados na edição 2019 Black Friday que acontece no dia 29 de novembro com a promessa de descontos no varejo.
Embora muitas lojas já tenham começado a oferecer descontos e promoções “imperdíveis”, e a expectativa vá aumentando, o consumidor deve ficar atento: a data não oferece vantagens em todos os produtos.
É possível encontrar uma ótima relação custo-benefício em determinados itens, mas outros tendem a ter melhores descontos em outras épocas do ano.
“A data está se fortalecendo a cada ano no varejo brasileiro, mas não é porque está escrito ‘promoção’ que o consumidor deve adquirir. Tem muita mídia em cima do dia também”, explica Luiz Mortagua, professor de finanças do Ibmec Brasília.
Para Jackson Bittencourt, professor de economia da PUC-PR, “as pessoas não querem saber de lojas, querem os descontos. E por impulso gastam sem poder e fazem negócios ruins. O ideal na Black Friday é que o consumidor esteja acompanhando o preço do produto por antes de fechar o negócio para evitar fraudes, metade pelo dobro, entre outros problemas”, aconselha.
O InfoMoney conversou com os dois especialistas para entender o que o consumidor deve evitar comprar na Black Friday. Confira:
Produtos da Apple
Ambos os professores explicaram que a compra de produtos da Apple em Black Friday é uma “furada”.
“A empresa tem preço tabelado e não costuma fazer promoções para a data. O que pode acontecer é alguma varejista oferecer descontos pontuais em iPhones, iPads ou Macbooks de modelos bem antigos. Dificilmente os modelos mais recentes entram em promoção”, explica Mortagua.
Bittencourt acrescenta que a política da Apple é abaixar os preços de aparelhos antigos quando os novos começam a ser comercializados. “A linha anterior fica mais barata até um limite, depois não cai mais o preço. Acaba não compensando. São produtos mais caros e não é na Black Friday que o consumidor vai achar descontos imperdíveis neles”, diz.
Smartphones em geral
O professor da PUC-PR afirma que se o consumidor pretende comprar celulares topo de linha, a Black Friday pode não ser a melhor data. “A grande maioria dos smartphones topo de linha não entram em promoções. Se o consumidor quer se atualizar não vale a pena. Só vai encontrar versões defasadas”, afirma.
Mortagua acrescenta que a tecnologia muda muito rápido e a obsolescência de produto acompanha na mesma velocidade. “Na BlackFriday o consumidor vai encontrar bons descontos em aparelhos antigos, que podem ficar em desuso rapidamente. Às vezes, um desconto em um smartphone desatualizado não vale a pena. Então, o consumidor precisa por na balança e avaliar qual tipo de aparelho quer para não fazer negócios ruins”, explica.
Roupas
Segundo o professor de finanças do Ibmec, roupa é o tipo de produto que historicamente fica mais barato depois do Natal. “Sempre tem rebaixa de preços com os saldões depois do Natal. Além disso, a melhor época para comprar roupa barata é no fim de estação, quando as lojas oferecem os melhores descontos. Por exemplo, no término de primavera-verão chega a nova coleção e os lojistas oferecem grandes descontos para acabar com o estoque, já que de um ano para o outro muda bastante”, explica.
Bittencourt lembra que a crença popular de roupas novas e cores certas para Natal e Ano Novo incentiva as pessoas a comprarem peças entre novembro e dezembro, mas concorda com Mortagua. “A melhor época para comprar é quando muda a estação. Depois do Natal também acontecem bons descontos, porque passa a ansiedade do consumidor por roupas novas, cores da sorte, etc”, diz.
Brinquedos
Segundo Bittencourt, os preços dos brinquedos tendem a subir no fim de ano antes do Natal, e a Black Friday não é a melhor época para comprar. “Se a pessoa estiver procurando bons descontos vai encontrar depois do Natal. É um item complicado, porque é uma época que costuma-se presentear as crianças”, diz.
Em linha com ele, Mortagua diz que os picos de preços para brinquedos é no Natal e Dia das Crianças, e as pessoas geralmente buscam o item na Black Friday para dar presentes. “É um produto que se a pessoa está decidida a comprar precisa acompanhar os preços. A chance de estar barato depois do Natal é realmente muito maior, então idealmente é bom evitar.”
Joias É ideal também evitar durante a Black Friday as joias, segundo orienta Bittencourt. “Não necessariamente tem bons descontos na data. O ideal é comprar depois do Dia dos Namorados, em julho e agosto. Como a Black Friday está ganhando espaço, as lojas aproveitam para tentar emplacar também nesta data, mas não é o ideal para o consumidor”, diz o professor da PUC-PR.
Por Giovanna Sutto, do infomoney.com.br