Dilema político
As eleições de outubro próximo reservam algumas surpresas interessantes para quem pretende disputar o cargo de vereador. O fim das coligações, determinado pela nova ordenação legal, obriga a uma reflexão maior por parte dos interessados. É que, com a nova proposta, acaba a probabilidade de surgirem os “puxadores de votos”, ou seja, candidatos que ultrapassavam o coeficiente eleitoral e, de quebra, ainda ajudavam a eleger companheiros de chapa. Agora, é cada um por si.
Assim sendo, a principal preocupação é a escolha do partido. Ir para uma agremiação, digamos, inexpressiva politicamente falando, pode custar caro e não se obter a quantidade mínima de votos. Ir para os chamados grandes partidos, também, é um risco, pois eles estão abarrotados de “gente boa de voto”, o que, em tese, deixaria a disputa apertada para todos e muitos dos “bem votados” podem ficar de fora. Isto porque, pela conta dos especialistas em direito eleitoral, dificilmente um partido fará mais de dois vereadores, isto, tomando-se por base o eleitorado e a densidade de Anápolis.
Hoje, alguns partidos têm mais de dois, até quatro (PT e PTB, por exemplo) vereadores. Desta forma, dentro da nova lógica, caso se elejam dois, os demais, teoricamente, ficariam fora. Resta saber, entretanto, quem são esses demais. Anápolis tem 23 cadeiras no Legislativo. Com a probabilidade calculada de dois candidatos, em média, por partido, prevê-se que, pelo menos, de 11 a 12 siglas terão suas bancadas representativas. Mesmo que sejam bancadas de um só membro. Como, aliás, já existe.
Futebol saudade
Além da qualidade técnica muito melhor do que a existente hoje, o futebol antigo de Anápolis era só emoção. Bons tempos em que o Estádio “Manoel Demóstenes” sediava os clássicos que envolviam Anápolis, Anapolina e Ipiranga. Os jogadores eram separados das entusiasmadas torcidas por um simples cercado de madeira, com pouco mais de um metro de altura. E, olhem que o estádio enchia. Mas, todo mundo respeitava todo mundo. Não havia esta vergonha chamada ”torcida organizada” que, de organizada, não tem nada. Tem é muita violência, muito desrespeito, muita bagunça, a ponto de, às vezes, ser necessária a realização de jogo com torcida única. Acabaram com o encanto do futebol.
Hoje, além do péssimo futebol jogado, mesmo com a ajuda do poder público, que faculta o ingresso através do projeto “Torcida Premiada”, o que se vê são arremedos de times. Os mesmos jogadores, os mesmos treinadores os mesmos “gerentes de futebol”, entra ano, sai ano. A qualidade do futebol é que piorou, com todo o respeito. Quanto à violência, é um despropósito ver, aos domingos, a Polícia Militar ser obrigada a destacar dezenas de homens para apartarem brigas no “Jonas Duarte”. Certamente que os policiais teriam coisa mais importante para fazer, mas, são, por assim dizer, obrigados a convierem com esta situação, por demais, desagradável.
E, se servir de consolo, não é somente em Anápolis. É em todo lugar. Trocaram a beleza dos dribles, pelas pancadarias nas arquibancadas. Trocamos belos gols, por gestos homofóbicos, racistas, discriminatórios. Trocaram o ”grito de guerra” com bandeiras e agitação legal, por cadáveres, por gente ferida, por gente indignada ao final de cada jogo. Daqui a pouco, pessoas de bem não vão, mais, querer ir ao campo de futebol. E, com toda a razão.
Privatizações
A lei que permite a privatização de cinco estatais goianas, sancionada na semana passada, pelo Governador Ronaldo Caiado (DEM), vetou artigo que possibilitava a incorporação de funcionários das empresas na administração pública. Ou seja: em caso de efetivação de tais privatizações, grande parte do pessoal, caso não seja aprovada pelos novos donos do negócio, vão estar no olho da rua. Calcula-se que quase 900 empregados podem ser demitidos no processo de desestatização. A vida como ela é…
Nosso trânsito
Até junho, segundo previsões da Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), toda a sinalização eletrônica da Cidade estará concluída. Serão quatro tipos de aparelhos, o mais conhecido deles, a “lombada eletrônica” que registra a velocidade empreendida pelo veículo. Mas, há, também, aparelhos que identificam as características do veículo, sua situação legal e demais quesitos. E, ao contrário dos 200 até então existentes, serão, agora, 300. É bom, então, que os condutores se preparem para cumprirem a lei. Ou…
Coronavírus
O que tem de gente escrevendo, falando, comentando e opinando sobre esse tal coronavírus é uma grandeza. Gente que não tem o menor conhecimento científico, gente que gosta de opinar por opinar. Estas pessoas prestam um grande desserviço à comunidade, a partir do momento em que espalham baboseiras no rádio, nos jornais, nas emissoras de TV e, principalmente, nas redes sociais. Lamentável. Esta gente, por exemplo, não sabe, ou não quer saber, que a dengue é muito mais perigosa do que este coronavírus e que, ao contrário, está bem perto de nós há anos e, não, na China, do outro lado do mundo. E, que mata centenas de brasileiros todos os anos.
Justas homenagens
As secretarias de Cultura e de Educação e Associação Amigos do MAPA (Museu de Artes Plásticas de Anápolis) vão inaugurar a Sala “Isaac Alarcão” e ampliação da Seção Braille “Esmeralda Rodrigues”. Na ocasião, serão abertas as mostras “Do real ao imaginário”, do artista Isaac Alarcão, e “Entremeios”, exposição realizada com apoio do Fundo Municipal de Cultura. Isaac e Esmeralda são duas personalidades extraordinárias, que têm apoio unânime no que se propuseram a fazer durante todo este tempo. Boa tacada. Belas homenagens.
Trabalho digno
Pelo serviço que presta a Anápolis, há anos, a CPE (Companhia de Policiamento Especializado) a chamada “tropa de elite” da Polícia Militar, bem que merecia uma sede mais confortável e funcional. Ela funciona, precária e provisoriamente, em um espaço que, antes, era deposito de material de uma empresa telefônica. Já que o Governo do Estado tem elogiado, tanto, o trabalho das polícias, comemorando a queda dos índices de criminalidade em Goiás, que tal destinar mais verbas para se equiparem melhor as diversas vertentes da segurança, principalmente a CPEP Por onde andariam os políticos de Anápolis que não enxergam isso? É a minha opinião. (Nilton Pereira).
Direto ao ponto
Do que se sabe, a Câmara Municipal já autorizou o convênio entre a Prefeitura e a SANEAGO para a renovação do contrato de exploração do serviço de água e esgoto na Cidade. Então, por que foi realizada uma audiência pública para se discutir o assunto?
Pelo visto, caiu, novamente, no esquecimento, a discussão sobre a ampliação da Área Azul e a reativação do serviço de fiscalização do trânsito no centro de Anápolis. Assunto que, por sinal, já deu. A população já não aguenta, mais, falar sobre isso.
Para quem não acreditava, o ponto eletrônico (controle de frequência de funcionários) está funcionando, e bem, na Prefeitura Municipal. Gente que, há décadas, chegava e saía na hora que bem entendesse, agora, tem de colocar o dedo indicador no aparelho todo dia.