Triste sina de Anápolis
Anápolis continua a ser tratada como “cidadezinha do interior” por alguns setores do Governo Estadual. Agora mesmo, desativou-se o Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (GEACRI) e, (praticamente) ninguém abriu o bico. É a velha história: “Publique-se e cumpra-se”. Ou, melhor: “Façam o que eu mando e não olhem o que eu faço”.
Triste sina de uma cidade, outrora independente, altaneira, respeitada. Hoje, viramos um apêndice de Goiânia e sofremos com o descaso a nós dispensado. Prefeito, vereadores, deputados, lideranças comunitárias, associações de classe, sindicatos e outras instituições, com raras e honrosas exceções, se submetem ao Palácio das Esmeraldas como vassalos, numa subserviência inaceitável e, às vezes, imoral. Ninguém fala alto por Anápolis.
Diante disso, resta-nos o desconsolo e a aceitação pacífica, pois, nos tornamos uma comunidade inferior, vivemos de acordo com o humor dos governantes de plantão. A voz ativa de Anápolis desapareceu. A resignação vai ser estendida, até não se sabe quando.
Fica a expectativa sobre qual será o próximo golpe contra Anápolis. Mas, é certo que ele virá. Já estamos acostumados a isso. Uma pena, pois Anápolis merecia melhor sorte. O orgulho anapolino tem sido desmontado por forasteiros que não têm qualquer compromisso com nossa história. A não ser compromisso financeiro e econômico.
Trairagem e trançapé
O saudoso ecologista raiz, político, polêmico e pitoresco ex-vereador Amador Abdalla costumava usar a expressão “trançapé” para definir uma jogada política de bastidores que, quase sempre, resultava em surpresa desagradável para uma das partes. Ou, seja: na linguagem mais chula, um “golpe baixo”.
E, o ex-deputado e brilhante jornalista Haroldo Duarte, dono de invejável cultura e de um senso de humor inigualável, tinha o costume de abordar o tema com outra expressão: “trairagem”. Nada a ver com o peixe da espécie traíra. E, sim, para se definir o ato de se trair alguém ou alguma causa.
Tem-se como certo que, se vivos estivessem, Amador Abdalla e Haroldo Duarte estariam a se deliciar com o atual estado de coisas em Anápolis. O que tem sido visto nos últimos tempos em termos de política na Cidade, garante argumento, conteúdo e subsídio para se editar um livro. Dos grandes. Nunca, na história desta cidade, se viu tanto “trançapé” e tanta “trairagem” como atualmente.
Da série “Nossa Justiça”
Fernanda Helena Benevides Dias, Meritíssima juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo, que rejeitou o pedido de prisão contra o empresário Fernando Sastre Filho, de 24 anos, que a bordo de um carro importado atropelou e matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52, manteve preso e condenou em 5 anos um homem que tentou furtar dois desodorantes e três garrafas de bebida de um supermercado. O caso aconteceu em agosto de 2022, em um supermercado da zona norte da capital paulista.
Na ocasião, seguranças do estabelecimento flagraram um homem de 21 anos tentando levar um litro de conhaque, que custava R$ 16,99, duas garrafas de vodca (R$ 16,99, cada) e dois desodorantes (R$ 18,99, cada) escondidos sob sua camisa. Os itens foram recuperados. O preso declarou que trabalhava como lavador, tinha endereço fixo, mas estava desempregado e era usuário de crack. Em março de 2022, ele havia sido condenado a um ano e 11 meses de prisão por tráfico de drogas e cumpria a pena em regime aberto. Pelo que se entendeu, o homem que tentou furtar o desodorante e as bebidas é uma ameaça à sociedade. O que matou um pai de família depois de uma noitada de farra, não.
Pousos e decolagens
Em setembro do ano passado, parte da mídia nacional noticiou que o presidente Lula (PT) pretendia substituir a aeronave oficial da Presidência (Aerolula) por uma opção mais espaçosa e confortável. Com sala de reunião, escritório pessoal e suíte para casal, a versão mais barata do novo modelo custaria em torno de 80 milhões de dólares, correspondente a cerca de 400 milhões de reais pela cotação atual. Esta semana, a notícia é de que o Presidente pretende reformar e ampliar o heliponto do Palácio do Planalto, capacitando-o para receber pousos, até, dos chamados “carros voadores”. A obra custaria, a princípio, 769 mil reais. A conferir.
Centro Cultural
A comunidade cultural de Anápolis aguarda, ansiosamente, o anúncio oficial da obra para a adaptação da Escola Municipal “João Luiz de Oliveira”, na Avenida Ana Jacinta /Fayad Hanna que deverá se transformar no novo Centro Cultural. O espaço abrigaria as escolas de Música, Teatro, Dança, Artes Plásticas e outros projetos do setor. O anúncio foi feito no final do ano passado e dava conta de que os recursos para o projeto estariam garantidos no programa Anápolis Investe, que prevê a aplicação de um bilhão de reais em diferentes áreas da Administração Municipal.
Nova “Área Azul”
O Novo sistema de controle de estacionamentos na região central de Anápolis, cujo projeto está em desenvolvimento na Companhia Municipal de Trânsito e Transportes, será totalmente informatizado, com o emprego de técnicas avançadas de georreferenciamento e com o mínimo de participação humana. Praticamente, todas as operações, como obtenção de licença para a ocupação de espaços, pagamento pelo serviço, controle de tempo e demais desdobramentos das ações serão feitas via internet. Mas, haverá, também, alternativas de atendimento presencial em alguns setores da Cidade.
Vestibular UEG
A Universidade Estadual de Goiás publicou o edital de abertura do Processo Seletivo UEG 2024/2. São oferecidas 700 vagas em 15 cursos de graduação. As inscrições podem ser feitas até 02 de maio, exclusivamente, pelo site www.vestibular.ueg.br. A taxa de inscrição é de 50 reais. O período para a solicitação de isenção da taxa de inscrição é até 15 de abril. Podem solicitar a isenção, titulares ou dependentes no Cadastro Único para os Programas Sociais do Governo Federal, ou, doadores de sangue, medula óssea e leite materno. O Vestibular será em fase única, com provas objetiva e de redação no dia 26 de maio. O resultado final será divulgado em 9 de julho de 2024.
Educação de qualidade
Mais um avanço na proposta educacional no Estado. O Instituto Federal de Goiás recebeu nota 4 no Índice Geral de Cursos, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP – do Ministério da Educação. A nota varia de 1 (baixo) a 5 (muito alto). As notas 4 e 5 são consideradas indicadores de excelência, enquanto a nota 3 indica qualidade satisfatória. O câmpus de Anápolis é um dos mais ativos neste complexo educacional. Com a nota de excelência recebida, o IFG se consagra como uma das instituições que integram a lista das melhores do País. Os dados foram divulgados no último dia 02 de abril.
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Direto ao ponto
Teve político em Anápolis que, na ilusão de conseguir espaço em uma chapa majoritária, não pensou duas vezes e trocou de sigla. Mas, o tempo passa rápido e as promessa ficam, cada vez, mais distantes. Muitas dessas promessas vão, até, desaparecer. O jogo é bruto.
O estabelecimento da área de controle dos estacionamentos na região central de Anápolis está em compasso de espera. A garantia da CMTT é de que, desta vez, o projeto se instala de fato, mesmo com a aproximação (pouco mais de oito meses) do fim da atual administração.
As cooperativas de crédito, versão diferenciada de bancos convencionais, mas que oferecem, praticamente, os mesmos serviços, ganham cada vez mais espaços no mercado financeiro nacional. Em Anápolis, por exemplo, as agências dessas instituições se multiplicam.
Nós que amamos Anápolis
Precisamos nos ater aos primeiros movimentos com vistas à sucessão municipal marcada para seis de outubro, portanto a pouco mais de seis meses. É que os primeiros nomes para a Câmara Municipal e para a Prefeitura já começaram a surgir e, há tempo para que o eleitor averigue o potencial, o histórico e as propostas de cada um. E, escolha o melhor.
Poderíamos iniciar um movimento suprapartidário, laico e cidadão, para cobrarmos, com mais ênfase, a instalação de aparelhos, equipamentos e projetos públicos comuns a outras cidades. Por exemplo, a volta da prisão-albergue, desativada há mais de uma década e que muita falta tem feito à sociedade anapolina. Quando o povo quer, o povo consegue.
Temos de lutar por políticas mais eficazes de controle da população de animais errantes, cães, principalmente, que proliferam sem controle pelas ruas da Cidade. Além de cães, muitos animais de grande porte (cavalos e bois) também, têm tirado o sossego e ameaçado a integridade das pessoas, pois, invariavelmente, se envolvem em acidentes de trânsito.