Em conversa no entorno do Palácio da Alvorada com apoiadores, Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que os valores cobrados pela gasolina e o gás de cozinha estão “baratos”. O presidente disse, na tarde de terça (24), que a população precisa entender como é formado o preço desses itens antes de criticar o governo.
“A gasolina está barata, o gás de cozinha está barato. O pessoal tem que entender a composição do preço, senão acabam me culpando por tudo o que acontece no Brasil. Jair Bolsonaro, em conversa com apoiadores Bolsonaro tem alegado que a gasolina e o gás de cozinha estão baratos porque saem das refinarias da Petrobras com preço bem menor do que o cobrado do consumidor final”,
comentou Jair Bolsonaro
De acordo com levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço da gasolina já ultrapassa os R$ 7 em postos do Acre, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Tocantins. O custo do botijão de gás alcançou R$ 100 na região Norte do país. Entre os fatores que impactam nesse aumento, está o custo do petróleo, que vem subindo sem perspectiva de um aumento de produção que justifique uma queda no preço. Outro fator é o câmbio, com o dólar que insiste em ficar no patamar dos R$ 5,30.
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Nas palavras do presidente, o que encarece os produtos são outras etapas, com o transporte, margem de lucro das empresas e o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), que é recolhido pelos estados. Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o preço da gasolina acumula alta de 39,52% nos últimos 12 meses.
Na última quinta, dia 19, Bolsonaro já havia dito que o gás e a gasolina estavam “baratos” em transmissão ao vivo no Facebook. No entanto, uma série de informações foi distorcida para defender sua posição, como apontado pelo UOL Confere. Bolsonaro errou o preço do combustível nas refinarias da Petrobras e omitiu que o produto acumula alta de 51% na estatal somente em 2021.
Com relação ao gás de cozinha, afirmou que o imposto federal foi zerado, mas o corte promovido pelo governo foi de apenas 2,3% do preço médio no país. Ou seja, R$ 2,18 em um produto que está prestes a ultrapassar marca centenária de custo. Além disso, o desconto acabou absorvido pelos outros fatores que compõem o preço do gás de cozinha, principalmente pelos reajustes nas refinarias da Petrobras. Hoje, 48,2% do valor final corresponde ao preço da Petrobras e 37%, à distribuição e revenda. O produto tem sofrido sucessivos aumentos em 2021.