Com mais de 30 mil procedimentos em 2024, país moderniza técnicas e otimiza processos para salvar vidas.
O Brasil registrou um novo recorde histórico no número de transplantes realizados, com mais de 30 mil procedimentos em 2024, um aumento de 18% em relação a 2022. Esse avanço demonstra não apenas a eficiência do sistema de saúde, mas também a crescente conscientização sobre a importância da doação de órgãos.
Entre os órgãos mais demandados no país, o rim lidera a lista, com 42.838 pessoas aguardando o procedimento. Em seguida, vêm a córnea (32.349) e o fígado (2.387). Por outro lado, os órgãos mais transplantados foram córnea (17.107), rim (6.320), medula óssea (3.743) e fígado (2.454). Esse aumento significativo reforça o compromisso das equipes médicas e a ampliação da infraestrutura hospitalar dedicada aos transplantes.
Inovações médicas
Para melhorar ainda mais o processo de transplantes, uma das novidades introduzidas foi a Prova Cruzada Virtual. Esse método permite uma triagem imunológica mais rápida e eficiente, reduzindo o tempo entre a doação e a cirurgia, além de minimizar o risco de rejeição do órgão. Essa inovação promete agilizar transplantes de órgãos vitais como rim, coração e pulmão.
Outro avanço significativo foi a incorporação do transplante de intestino delgado e multivisceral na rede pública. Essa técnica traz esperança para pacientes com falência intestinal irreversível, que anteriormente não tinham acesso a esse tipo de procedimento pelo sistema público. A expectativa é que novos centros especializados passem a realizar esse transplante, ampliando o alcance da técnica no país.
Além disso, o uso da membrana amniótica para o tratamento de queimaduras será oferecido, trazendo mais qualidade e rapidez ao processo de cicatrização. Estudos mostram que essa abordagem reduz o tempo de recuperação e o risco de infecções, tornando o tratamento mais humanizado e eficaz.
Impacto social e desafios
Apesar dos avanços, um grande desafio permanece: o alto índice de recusas familiares à doação de órgãos. Em 2024, 45% das famílias entrevistadas optaram por não autorizar a doação, índice significativamente maior do que em países como a Espanha, onde a negativa gira entre 8% e 10%. Especialistas reforçam a importância do diálogo sobre a doação de órgãos, destacando que a autorização familiar ainda é um fator essencial para a realização dos transplantes.
Programas de acolhimento vêm sendo implementados para melhorar essa situação, capacitando profissionais a realizarem abordagens mais sensíveis e informativas aos familiares dos potenciais doadores. Com isso, espera-se ampliar o número de doações e reduzir o tempo de espera dos pacientes na fila por um transplante.
O Brasil segue consolidando sua posição entre os países líderes em transplantes, combinando tecnologia, capacitação médica e conscientização social. Os esforços contínuos do setor de saúde indicam que os números podem continuar crescendo nos próximos anos, permitindo que mais vidas sejam salvas por meio da doação de órgãos.
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