Ana Helena Ulbrich desenvolveu ferramenta de IA que já beneficia mais de 2,5 milhões de pacientes do SUS.
A farmacêutica Ana Helena Ulbrich, moradora de Capão da Canoa (RS), foi incluída na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo da Inteligência Artificial (IA), publicada pela revista Time. Ao lado de nomes como Elon Musk, Sam Altman e Mark Zuckerberg, a brasileira ganhou destaque por criar, junto ao irmão Henrique Dias, uma tecnologia que reduz erros em prescrições médicas.
Inovação com propósito
A farmacêutica Ana Helena Ulbrich, reconhecida pela revista Time, desenvolveu ao lado do irmão, o cientista de dados Henrique Dias, uma ferramenta inovadora para reduzir erros em prescrições médicas no Brasil. Em vez de transformarem a ideia em uma startup lucrativa, os dois fundaram o Instituto NoHarm, uma organização sem fins lucrativos que oferece o sistema gratuitamente a hospitais públicos e cobra uma taxa simbólica das unidades privadas.. A operação conta com 20 profissionais e funciona dentro da incubadora da PUC-RS, em Porto Alegre.
“Nunca quisemos ser milionários. O que nos motiva é melhorar o sistema de saúde”, afirmou Ulbrich à BBC News Brasil.

Como tudo começou
A ideia surgiu quando Ana Helena trabalhava no Grupo Hospitalar Conceição, onde analisava centenas de prescrições por dia. A rotina exaustiva e a sobrecarga dos farmacêuticos inspiraram o desenvolvimento de um algoritmo capaz de detectar interações perigosas e erros de dosagem em medicamentos. O projeto começou em 2017 e evoluiu para uma ferramenta completa integrada aos bancos de dados hospitalares.
Impacto nos hospitais
Implantado inicialmente na Santa Casa de Porto Alegre, o sistema quadruplicou a capacidade de análise de prescrições com a mesma equipe. Hoje, a NoHarm está presente em 200 hospitais brasileiros, processa 5 milhões de prescrições por mês e já beneficiou mais de 2,5 milhões de pacientes.
IA ética e acessível
Para os criadores, a ferramenta é um apoio ao trabalho humano, não uma substituição. “A inteligência artificial deve servir como suporte à decisão, nunca tomar o lugar do profissional”, reforça Ulbrich.
A NoHarm mantém o acesso 100% gratuito aos hospitais do SUS e segue expandindo por meio de editais e prêmios de inovação de instituições como o Google, Amazon e Fundação Gates.
Crescimento sustentável
Recusando investidores que buscavam apenas lucro, os irmãos optaram por um crescimento orgânico e ético. Hoje, o reconhecimento internacional e o destaque na Time ampliam o alcance do projeto, que desperta o interesse de universidades e redes hospitalares em diversos países.
“Temos orgulho de seguir com propósito. Nossa meta nunca foi o lucro, mas a transformação do sistema de saúde”, conclui Ana Helena Ulbrich.
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