Na Cidade de Goiás, antiga capital do Estado, o médico Márcio Antônio Souza Júnior foi condenado a pagar R$ 300 mil em indenização, após gravar e humilhar um homem negro que trabalhava em sua fazenda. A defesa diz que vai recorrer da decisão.
Márcio gravou um vídeo em que mostrava o empregado, um negro, com pés e mãos presos por grilhões (antigos equipamentos de ferro para se aprisionarem escravos) e com uma gargalheira (colar de correntes) presa ao pescoço. Segundo o médico, “tudo não passou de uma brincadeira”. Mas, a juíza Érika Barbosa Cavalcante não entendeu assim e o condenou. Preconceito, discriminação, homofobia e outras manifestações do gênero são brincadeiras que, às vezes, custam caro. A evolução social, em diferentes níveis, tem relatado direitos difusos e coletivos, até então subutilizados por muitas comunidades chamadas minorias que, décadas, até séculos a fio, sofrem vários tipos de abuso, sem perceberem que estão sendo abusadas.
O episódio em “Goiás Velho” não é um incidente isolado ou casual. A rejeição social, conhecida como bullying, tornou-se um problema reconhecido, levando a uma conscientização crescente. Atualmente, uma parte significativa da legislação nacional aborda casos desse tipo. Cada vez mais, pessoas que se sentem prejudicadas buscam reparação moral e material para proteger seus direitos de cidadania. Como no caso mencionado, muitos alcançam o reconhecimento de suas identidades como cidadãos e seres humanos.
Criticar, ridicularizar, achacar, vilipendiar e diminuir pessoas por sua orientação sexual, cor de pele, status social, religião ou preferências pessoais pode não ser tão engraçado, ou interessante como aparenta. Tais manifestações, conscientes ou inconscientes, frequentemente causam ferimentos na alma, espírito e intelecto, deixando marcas profundas que não desaparecem com o tempo. Apelidar, adjetivar ou qualificar de forma pejorativa está longe de ser considerado liberdade de expressão. No contexto atual, com o conhecimento geral e aprimoramento das leis, dirigir-se a alguém como se fosse diferente torna-se cada vez mais antipático, inaceitável e repugnante.
As leis universais, as constituições e os princípios sociais destacam a importância de promover a ideia de igualdade entre as gerações, independentemente de fatores como cor, raça, situação econômica, religião, e outros. A legislação existe para aqueles que discordam ou agem de forma contrária, como foi o caso de um médico em “Goiás Velho”, que enfrentou as consequências de uma brincadeira inadequada. Aconselha-se aos que compartilham de ideias semelhantes a repensarem suas posições, pois podem, eventualmente, enfrentar responsabilidades sociais e jurídicas. É uma escolha mais sábia.