Em uma entrevista coletiva que durou mais de duas horas, o governador Ronaldo Caiado, acompanhado por alguns secretários e técnicos da Administração do Estado, deu detalhes sobre o decreto de emergência pública em saúde, que foi ampliado por mais 150 dias e trouxe medidas de flexibilização para o funcionamento de algums atividades econômicas que estavam sob restrição.
Ao falar sobre o decreto, Caiado fez menção ao momento vivido em Goiás com a pandemia, destacando que as pessoas, de agora em diante, devem apreender a conviver com o “novo normal”. E vários momentos da entrevista, que foi transmitida pelas suas redes sociais, o governador frisou que o isolamento social continua mantido.
Caiado explicou que não há meio de sair da quarentena de forma abrupta. Essa saída, defendeu, deve ser de forma gradual. Por isso, conforme esclareceu, o decreto não é mais amplo. O governador assinalou que a flexibilização de atividades econômicas, contidas no novo decreto, só foram possível porque o isolamento social e as demais medidas adotadas surtiram feito.
De forma mais didática, Caiado explicou que foram montados diversos cenários para o acompanhamento da progressão do coronavírus em Goiás. “Fizemos uma curva daquilo que seria uma situação ideal e, hoje, estamos numa situação melhor do que a curva ideal”, frisou, acrescentando que nenhuma medida foi tomada com base em “achismos”. Ao contrário, disse o governador, todas as medidas foram embasadas “em critérios técnicos e científicos”.
Prefeituras
Um dos pontos do decreto dá autonomia para que os prefeitos possam adotar medidas outras do que as previstas no decreto, inclusive, pontuando que essa abertura foi chancelada no Supremo Tribunal Federal. Porém, recomendou que é preciso muita cautela e que não se pode liberar todas as atividades se não houver um plano de contingência e uma análise de situação epidemiológica.
Caiado ponderou que o Estado vai acompanhar, mas que os primeiros a se pronunciarem sobre eventuais abusos serão o Ministério Público e o Poder Judiciário. “Todos os poderes estarão participando, fazendo a fiscalização e a conscientização”, completou o governador.
Apesar do “relaxamento”, o governador disse que o Estado ainda tem dificuldades em preparar a estrutura de atendimento nos hospitais regionais, devido à dificuldade para a aquisição de equipamentos essenciais como respiradores/ventiladores, monitores e camas apropriadas. E, voltou a lembrar que o coronavírus tem uma capacidade de transmissão muito alta, portanto, se houver necessidade, mais adiante, pode haver um recuo nas medidas de flexibilização. Todo esforço, disse Caiado, é para que Goiás não fique em situação difícil como a enfrentada em outros estados, como São Paulo, Rio de janeiro. Amazonas, Amapá e o Distrito Federal, que têm ocupação quase 100% dos seus leitos de UTI.
Leitos
Em Goiás, conforme explicou o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, a taxa de ocupação de leitos em geral é de aproximadamente 67%; a taxa de ocupação de UTIs chega perto de 80% e, no Hospital de Campanha, o HCamp, a taxa ainda está na casa de 11%. Os números, entretanto, serão alterados na medida em que o Estado conseguir colocar mais leitos de UTIs à disposição. O secretário reforçou a preocupação de Caiado em relação a dificuldade para a compra de equipamentos, mas destacou que no caso dos chamados EPI (Equipamentos de Proteção Individual), já há uma abertura melhor no mercado. No caso da compra de monitores e respiradores, a espera pode variar de 45 a 60 dias para a entrega.
Máscara
Sobre o uso de máscara, que passa a ser obrigatório quando as pessoas saírem às ruas, Ronaldo Caiado explicou que não há intenção de estabelecer multas ou outras penalidades para o descumprimento. Conforme disse, essa fiscalização será um processo natural, por se tratar de um ato “de respeito e de cidadania”, enfatizou, acrescentando que logo as pessoas estarão usando as máscaras e quem não usar se sentirá desconfortável. Ainda, exemplificou que os supermercados devem cobrar o uso de máscaras, bem como bancos e casas lotéricas. “A partir de agora, é uma indumentária que faz parte da vida das pessoas”.
O secretário estadual de Desenvolvimento e Inovação, Adriano da Rocha Lima, anunciou, durante a entrevista coletiva, que uma plataforma está sendo disponibilizada a partir desta segunda-feira, 20/04, para que as empresas possam consultar por meio do CNPJ, como está a sua situação no caso das restrições. Se determinada atividade, por exemplo, tiver sido liberada no novo decreto, haverá informação dos protocolos a serem seguidos para o funcionamento da atividade. A plataforma pode ser acessada através do site Goiás Digital, no seguinte endereço: https://www.go.gov.br/home




