A vereadora Andreia Rezende chegou à presidência da Câmara Municipal, fortalecendo o histórico da participação feminina na Casa de Leis. Ela faz história ao ocupar um espaço em um cenário – a política local – de ainda acanhadas presenças femininas.
Desde que foi instalada a Vila de Santana das Antas, em 1892, os moradores do que viria a ser Anápolis passaram a eleger representantes para Executivo e Legislativo – na época Intendência e Conselho Municipal. E em 133 anos dessa história política, somente 15 mulheres chegaram ao Legislativo.
A professora Francisca Miguel é um marco porque foi a primeira mulher eleita, em 1947.
Depois dela, foram mais 36 anos para que uma vereadora sentasse em uma cadeira titular na Câmara Municipal: Maria Conceição Meireles. A terceira foi Marlene Barbaresco, que assumiu mandato em 1989 e foi a única voz feminina entre os constituintes que fizeram a Lei Orgânica do Município de Anápolis (Loma).
Mirian Garcia chegou ao Legislativo em 1993, ficou até 1996 e voltou em 2001, permanecendo como única mulher até 2008. Quando Mirian conquistou o feito de um 4º mandato, em 2009, também viu um avanço importante, de mais duas eleitas, as vereadoras e médicas Dinamélia Rabelo e Gina Tronconi.
Após a legislatura 2009-2012, não houve retrocesso em termos de conquistas de cadeiras por mulheres na Câmara. Entre 2013 e 2016 permaneceram Mirian e Dinamélia e chegou ao Legislativo a vereadora Professora Geli Sanches.
No mandato seguinte, Mirian não foi reeleita, Geli conseguiu novo mandato e chegaram Vilma Rodrigues, Thaís Souza e Elliner Rosa. Um novo feito: quatro eleitas.
No ano de 2021, chegava à Câmara a vereadora Andreia Rezende, 11ª mulher eleita na história de Anápolis. Seliane da SOS, Dra. Trícia Barreto e Cleide Hilário também conquistavam mandato. Somadas à reeleita Thaís Souza, um novo recorde: cinco vereadoras eleitas.
A atual legislatura foi empossada em janeiro deste ano com uma bancada feminina do mesmo tamanho da anterior, com apenas uma mudança. Ao lado das reeleitas Andreia Rezende, Thaís Souza, Seliane da SOS e Cleide Hilário, chegou à Câmara a 15ª mulher eleita em Anápolis, Capitã Elizete.
A ascensão de Andreia Rezende ao cargo de presidente também tem um significado importante para Goiás, já que é a primeira mulher a ocupar o cargo considerando os três maiores colégios eleitorais do Estado, que juntos somam 32,6% do eleitorado goiano.
Goiânia e Aparecida nunca tiveram uma presidente no Legislativo municipal.
E uma vez no mandato, Andreia honrou legados. Criou uma Medalha que leva o nome de Francisca Miguel e propôs a criação da Galeria das Ex-Vereadoras, que eterniza aquelas que passaram pela Câmara de Anápolis. Ela lembra que agora na presidência, o leque de atuação é ampliado, com a responsabilidade de administrar um Legislativo pulsante e cobrado 24 horas por dia.
“Passo a passo queremos mostrar que a Casa é aberta a todos, um local de acolhimento e de receber os anapolinos”, finaliza a presidente.
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