Liga Anapolina de Desportos resolveu trâmites e retomou a competição, que já foi uma das principais do país
A Liga Anapolina de Desportos (LAD) retomou e deu início a mais nova edição do Campeonato Amador de Futebol. Reunindo clubes de várias partes da cidade e do Estado, a competição teve início no último dia 27 e terá cinco palcos diferentes para os embates: o estádio Zeca Puglise e a Arena Anapax, ambos em Anápolis, e campos em Goianápolis, Pirenópolis e Silvânia.
O caminho para o retorno do torneio, no entanto, não foi fácil. O Campeonato Amador havia deixado de ser disputado com o advento da pandemia do coronavírus e, desde então, carecia de uma gestão para que pudesse voltar em grande estilo. Em maio último, a Comissão de Direito Desportivo da OAB Anápolis, junto da LAD, legitimou novas eleições para a diretoria da Liga e instituiu novo calendário para a disputa com auxílio da Federação Goiana de Futebol (FGF).
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Com as eleições concluídas, a competição pôde ser colocada em prática novamente. Com 15 times iniciando o Campeonato Amador de Futebol: Autusa, Anatex, Asas, Bairro de Lourdes, Força Jovem, Goianápolis, Karecas Tur, Maracanã, NJ, Novo Paraíso, Pirenópolis, Santa Cruz, Santa Isabel, Vivian Parque e Vorazes. O novo presidente da LAD, Erivelton Soares, pontuou o sentimento de conseguir retomar o torneio, que já foi um dos principais no futebol amador brasileiro, e os primeiros desafios enfrentados pela nova diretoria.
“É uma sensação de satisfação, pois o futebol amador é tradicional. Desde 1949, que essa liga foi criada e por lá passaram muitos nomes como Adhemar Santillo e Liminha. Enfim, é uma história bonita. Eu joguei amador por lá, meu pai também jogou. Vimos que estava parado o futebol amador e não entendíamos o motivo. E então, foi a partir disso que fomos atrás de saber o motivo e nos deparamos com uma situação bastante triste. Mas, o sentimento é de alegria por poder começar e ver se conseguimos evoluir gradativamente”, pontuou Erivelton, também membro da Comissão de Direito Desportivo do Estado de Goiás e vice-presidente da homônima de Anápolis.
A ‘situação triste’ pontuada pelo presidente da LAD passa pela condição que o cenário do futebol amador anapolino foi deixado por outros gestores. Como exemplo, Erivelton trouxe a situação do estádio Zeca Puglise, principal palco do segmento na cidade e, quiçá, em Goiás. “Pegamos uma situação bastante adversa e difícil. O próprio estádio não tem cobertura. Então para assistir um jogo, no domingo pela manhã, se torna inviável na arquibancada. Então vamos procurar, através do poder público e parceria privadas, recuperar o estádio amador, que está todo sucateado”.
Formato e nível técnico
O Campeonato Amador deste ano foi moldado com cinco grupos de cinco times cada. Cada equipe joga quatro vezes contra os outros membros do chaveamento, avançando os quatro melhores de cada. Os 12 remanescente são divididos em outras quatro chaves, que se enfrentam em formato A x B e C x D e definem as oito agremiações que avançam ao mata-mata. Na última etapa de disputa, os times duelam em confrontos dos melhores ranqueados contra os piores, em jogos de ida e volta, até a definição do grande campeão.
Com relação a qualidade dos embates, Erivelton pontua que o cenário amador, e a própria competição, serve de válvula de escape para os aspirantes que não foram aproveitados pelos clubes profissionais. No âmbito do futebol como um todo, são poucos que conseguem a profissionalização, principalmente no Brasil, que respira o esporte a todo instante.
“O futebol amador é composto por aqueles que passaram pelas categorias de base, pelas escolinhas. Eles começam com cinco, seis anos e quando estão com 16, 17, aqueles que não tiveram chances, que são 99%, vão para o futebol amador. Os que vão para clubes de grande porte, são uma quantidade mínima. O futebol amador é para aqueles que não deram certo no profissional, que não tiveram sequer oportunidades”, afirma o presidente da LAD.
O âmbito também fornece chances para os jogadores profissionais após a aposentadoria. O regulamento do Campeonato Amador permite, à cada equipe, a inscrição de até três atletas que encerraram suas carreiras. As adesões servem para abrilhantar as partidas e o nível de competição da disputa, além de fornecer o esporte para aqueles que o respiram.
A LAD
A Liga Anapolina de Desportos surgiu em 1949, junto da primeira edição do campeonato. Na época, ainda longe da profissionalização dos clubes em Goiás, o torneio reunia clubes como o Annapolis Sport Club, União Operária (atualmente Anápolis Futebol Clube), Flamengo e Anapolina, além de times de várias cidades do Estado.
As presenças de peso perduraram até 1961, com a profissionalização do futebol goiano impactando, no ano seguinte, impactando nas participações constantes das equipes. A edição deste ano contabiliza a de número 73 da história da competição, com o Guarani de Pirenópolis sendo o atual detentor do troféu.