Estão proibidos, a partir de 1º de julho, aglomerações, acampamentos e atrações musicais ao longo do rio, tradicional destino turístico
Pela primeira vez na história, milhares de apreciadores do Rio Araguaia, um dos principais pontos turísticos de Goiás não poderão instalar seus acampamentos nas praias existentes em toda a sua extensão. Motivo: evitar a expansão da pandemia de Covid-19. Decreto do Governo do Estado, a partir de consultas a municípios, instituições públicas e entidades representativas da sociedade, proíbe, ainda, a realização dos eventos como shows musicais; festas; caminhadas ecológicas; passeios ciclísticos, corridas e realização de espetáculos. Ficam vedados o uso coletivo de beiras de rios, cachoeiras e praias formadas no Rio Araguaia e seus afluentes e a instalação de estruturas temporárias de restaurantes, bares, banheiros, pontos de apoio e quaisquer outras de atendimento a turistas e usuários em praias, beiras de rios e cachoeiras.
Para o sucesso da iniciativa, o Governo de Goiás espera contar com o apoio das prefeituras; da Polícia Militar Ambiental; do Corpo de Bombeiros, da Goiás Turismo e da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, com a fiscalização das atividades nas regiões próximas ao Rio Araguaia durante todo o período de proibição. E, como as medidas começam a valer no dia 1º de julho, até lá será feita uma campanha de orientação e conscientização junto à sociedade para que evite se deslocar até a região.
Versão do Governo
A Secretaria de Estado da Saúde alerta que a medida do Governo de Goiás é imprescindível em um momento de franca expansão no número de casos de Covid-19 e de expansão da pandemia para o interior do Estado. “A suspensão da temporada no Rio Araguaia se tornou necessária tendo em vista a preservação da vida e a proteção da saúde dos goianos”, destaca a nota.
O prefeito de Aruanã, Hermano de Carvalho, pediu a colaboração da população e fez publicar uma nota que diz que diz, dentre outras coisas, que “vivemos um momento delicadíssimo com essa pandemia que assola o mundo e tem trazido enormes dificuldades a todos”. A Secretária de Meio Ambiente, Andréia Vulcanis disse que “as medidas adotadas visam evitar aglomerações e, consequentemente, a disseminação do coronavírus entre os turistas e as populações de ribeirinhos, indígenas e outras comunidades mais vulneráveis. Sabemos que se trata de um evento de grande dimensão cultural para os goianos, mas devemos, sobretudo, persistir e insistir nas ações que visam a defesa irrestrita da vida”, pondera.
De acordo com o Presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, o decreto dá sustentação jurídica para que o Estado tome decisões sem ferir o direito das pessoas. As medidas de contenção da pandemia preveem multas que podem variar de R$ 1 mil a R$ 500 mil, conforme previsto na Lei Estadual nº 18.102/13 e no Decreto Federal 6514/08. Dados do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública para o Novo Coronavírus (COE) apontam que o pico da pandemia deve acontecer entre junho e julho no Estado, justamente o período de maior movimentação de pessoas nos municípios próximos ao Araguaia.
De acordo com o decreto, ficam permitidas as atividades individuais ou unifamiliares, desde que os participantes apresentem atestados médicos de não infecção pela Covid-19 ou atestados de imunização à doença, dos últimos 15 dias, nas barreiras sanitárias que serão montadas nas vias de acesso às cidades inseridas na Bacia do Rio Araguaia.
Os comprovantes poderão ser solicitados a qualquer momento também pelas equipes de fiscalização. O decreto também obriga a utilização de máscaras de proteção e recomenda a desinfecção constante de mãos e superfícies com álcool 70%.
As medidas do Governo de Goiás se baseiam nas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e em estudos científicos que demonstraram que vários tipos de coronavírus, com características semelhantes à Covid-19, se mantêm ativos em ambientes naturais de água doce, e se propagam com mais facilidade em locais com água estancada. Além disso, a falta de saneamento básico adequado na região é outro fator de potencial transmissão do vírus. (Com informações do Portal Goiás Home).