Os casos notificados de dengue em Anápolis registram uma queda expressiva, mas a Secretaria Estadual de Saúde alerta para epidemia na região Centro-Oeste, em 2024
Melhor prevenir, do que remediar. Essa antiga recomendação está mais atual do que nunca, sobretudo, quando o assunto é dengue.
Em Anápolis, os casos notificados de dengue apresentam uma queda significativa. Contudo, com o início do período chuvoso, é necessário que a população não baixe a guarda nos cuidados para se evitar a proliferação do mosquito da dengue, que é também o vetor de outras doenças como a zika vírus, febre Chikungunya e até febre amarela.
Só lembrando, em Goiás, no ano passado, houve 184 óbitos de pacientes que tiveram agravamentos de dengue. Este ano, no estado, já se contabiliza 31 óbitos e há 39 casos sob investigação das autoridades de saúde.
Além da chegada do retorno chuvoso, outro motivo para que a população não deixe de reforçar as medidas preventivas, é que a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) informou que, segundo foi repassado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas), que a região Centro-Oeste poderá ter uma explosão de casos de dengue, ou seja, uma epidemia da doença, agora em 2024.
O alerta destaca que o risco maior é para a dengue tipo 3, linhagem que ressurgiu no Brasil em 2023, após 15 anos sem surtos ou epidemias, mas que apresenta casos confirmados em São Paulo e Roraima. No estado amazônico, especialistas do MS alertaram que o sorotipo 3 já é predominante.
“A dengue possui quatro sorotipos. Quando uma pessoa é infectada por um deles, automaticamente adquire imunidade para aquele tipo específico. Mas isso não impede que ela se infecte com outra linhagem, e essa reinfecção pode contribuir para um agravamento. Por isso, o alerta do ministério gera tanta preocupação”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, Flúvia Amorim.
Números da dengue
Em Goiás, este ano, até a Semana 47 (25/11/2023), somam 266.767 os casos notificados de dengue. No mesmo período do ano passado, eram 109.922. Ou seja, queda de -58,79%).
Os casos confirmados no estado este ano somam 61.916, contra 191.316 no mesmo período de 2022, havendo, assim, uma redução de -67,64%.
No momento, 218 municípios estão na classificação de baixo risco; 22 de médio risco (incluindo Anápolis) e 6 em alto risco. Essa classificação leva em conta o indicador de casos por 100 mil habitantes.
Em Anápolis, este ano, até a Semana 47, são contabilizados 9.730 casos notificados de dengue. No ano passado, no mesmo período, foram 26.107 notificações. Portanto, uma redução de -62,73%.
Não há registro de óbito no município até a data do levantamento.
Ranking
Os 10 municípios que, no momento, apresentam maior número de casos notificados de dengue em Goiás, são: Goiânia (21.477), Aparecida de Goiânia (15.238), Anápolis (9.730), Jataí (6.719), Rio Verde (4.493), Águas Lindas de Goiás (4.008), Luziânia (3.899), Novo Gama (3.312), Trindade (3.011) e Formosa (2.317).
Focos da dengue
O alerta para que a população reforce a prevenção ao mosquito da dengue tem a sua razão de ser, porque a maioria dos focos do Aedes aegypti estão dentro das residências.
Dados do Ministério da saúde apontam que os principais criadouros no Brasil são assim distribuídos: – pneus e recipientes plásticos (38,49%); Vasos, garrafas, calhas, lajes, depósitos naturais e bromélias (35,43%); Caixas d´água e tambores (26,08%).
Assim, para ajudar a combater o mosquito transmissor da dengue e de outras doenças, a população pode (e deve) fazer a sua parte mantendo limpo o quintal e as calhas; fechando bem as caixas d´água e tambores; protegendo pneus de acúmulo de água e colocando areia em vasos de plantas.