Mais um idoso em situação de vulnerabilidade social foi encaminhado para um abrigo. Francisco Tomás de Azevedo, 89 anos, vivia sozinho há mais de 50 anos, depois de deixar a família para trás em sua terra natal e vir para Goiás tentar ganhar a vida. O local onde foi encontrado, praticamente inabitável tamanho a sujeira, apresentava inúmeros perigos para um senhor parcialmente deficiente visual e com saúde bastante debilitada. Atualmente, estima-se que cerca de 300 idosos vivem em abrigos da cidade.
A denúncia ao Conselho Municipal do Idoso foi feita pela equipe da unidade de saúde do bairro Jardim das Oliveiras. Após o contato, a assistente social, Elaine Pereira, buscou ajuda nos vizinhos de Francisco para conseguir levá-lo ao abrigo Monte Sinai. De início, ele resistiu, mas depois de muita conversa acabou cedendo. Agora, ele passará por uma das fases mais difíceis deste processo, de adaptação e aceitação de passar o fim da vida em um local que tem um nome popular que muitos preferem evitar: asilo.
Essa é uma história que parece repetida e, de fato, é. Mudam, apenas, as personagens. Também, foi assim com Jorgina Pereira; Maria de Lourdes Alquimin; Jorge Alves Coutinho; Antônio Gomes da Silva; Altamiro José Pereira, Marcelino Rodrigues dos Santos e Manuel Moreira. Todos eles foram levados recentemente para o mesmo abrigo e diante de situações de maus tratos, em sua maioria abandonados.
De acordo com o delegado responsável pela Delegacia de Proteção ao Idoso de Anápolis, Manoel Vanderic Corrêa Filho, 70% do trabalho realizado pela unidade é assistencial. No período de maio a dezembro de 2013, a delegacia foi acionada em mais de 900 casos que envolviam maus tratos à pessoa idosa, sendo que menos de 1/3 foi encaminhada para um abrigo. Em muitos casos não houve necessidade deste tipo de intervenção.
Ele conta que nos casos mais graves, o grande desafio é convencer o idoso a querer ir para um abrigo. “Eles têm dificuldades em se adaptar às rotinas dos abrigos que é um local que tem horário pra tudo: comer, tomar banho, tomar sol, dormir. Temos casos aqui que o idoso até fugiu atravessando a Cidade à pé e voltou pra um barraco de latão que ele mesmo construiu e mora lá sozinho desde que o filho foi preso por tráfico de drogas. Nós realizamos visitas para ver como ele está, levamos cesta básica. Mas não podemos obrigar ninguém a ficar no abrigo, tem que ser por vontade deles. Então temos a preocupação de que se eles não aceitam, não teremos muito mais o que fazer”.
Na maior parte dos casos, essas pessoas foram resgatadas de situações degradantes em que perderam vínculo com a família, tinham suas necessidades negligenciadas, sofriam violência, ou eram explorados economicamente – principalmente por parentes próximos como filhos e netos.
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