A China registrou a quinta alta consecutiva no número de casos diários de Covid-19.
No domingo (27), foram 40.052 novas infecções de cidadãos locais, pouco acima dos 39.506 casos informados no sábado (26).
Não foram notificadas novas mortes por Covid-19 no país, que até o momento registra 5.233 vítimas pela doença desde o início da pandemia.
Em Xangai, cidade mais populosa da China e principal centro econômico do país, foram registrados 144 novos casos de Covid-19 no domingo, 14 acima do notificado no sábado.
No fim de semana, manifestantes foram às ruas de várias cidades chinesas para pedir a saída do presidente Xi Jinping e o fim do modelo de lockdown e da política de “Covid zero” adotado no país.
Os protestos já extrapolaram a fronteira da China. Neste domingo (27) à noite, manifestantes se concentraram em frente à embaixada chinesa em Londres.
Nas primeiras horas desta segunda-feira (28) em Pequim, dois grupos de manifestantes, totalizando pelo menos mil pessoas, reuniram-se ao longo do terceiro anel viário da capital chinesa, perto do Rio Liangma. “Não queremos máscaras, queremos liberdade”, “Não queremos testes de Covid, queremos liberdade.” dizia um dos grupos.
Política de “Covid zero”
O país defende a política de Covid Zero, como forma de evitar sobrecarga de seu sistema de saúde, A estratégia envolve confinamentos em larga escala, restrições de viagem e testes em massa.
Governo Chinês
O governo chinês reage aos protestos do fim de semana contra a política de Covid Zero no país e reafirma que a “luta contra a epidemia será um sucesso”, declarou nesta segunda-feira (28) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian.
Apesar da audácia demonstrada por alguns manifestantes, ao criticar publicamente o presidente Xi Jinping e o Partido Comunista Chinês (PCC), as manifestações são quantitativamente marginais em um país de 1,4 bilhão de habitantes, diz Zhao Lijian (porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China).
Economia
O preço das commodities, como o petróleo, estão em queda. As Bolsas da Ásia fecharam em baixa e as europeias seguem nesta segunda-feira (28) pelo mesmo caminho por conta da onda protestos na China.
Manifestantes saíram às ruas de Pequim e Xangai por duas noites seguidas. Segurando folhas de papel em branco, muitos pediam a renúncia do presidente e o fim das rigorosas regras de combate a Covid, que incluem o isolamento de cidades inteiras e frequentes testes em massa.
Essa política de tolerância zero não está dando resultado. Os casos diários não param de bater recordes.
E a segunda maior economia do mundo sente o impacto. As restrições em fábricas estão diminuindo a produção. Sem poder sair de casa, as famílias chinesas gastam menos. Investidores temem uma queda na demanda doméstica por matéria-prima.