Pesquisas de opinião apontam que os anapolinos gostariam de ver uma cidade mais segura para se viver. Os números acompanham uma tendência nacional. Algumas providências estão sendo adotadas. Agora mesmo, a Prefeitura está anunciando a implantação de um sistema avançado de monitoramento, com câmeras de vídeo, nos principais pólos de aglomeração, com o objetivo de inibir a ação criminosa nos quatro cantos da Cidade. Não é tarefa fácil, tendo em vista o avanço do crime e, principalmente, do narcotráfico, o combustível que permite a inflamação social, determinando um rosário de delitos, desde simples furtos, a roubos, assaltos e assassinatos. Este ano já foram cometidos quase 50 assassinatos na Cidade, a maioria envolvendo o consumo e/ou o comércio de drogas. Mas, o crime preocupa, também, na região rural, com roubos e assaltos em sítios e fazendas.
Além dessa ferramenta tecnológica, o Município tem investido, também, no aperfeiçoamento das relações, como é o caso do pagamento ao chamado “banco de horas”, remunerando policiais militares por trabalho nos dias da escala de folgas. Esse expediente permite melhorar a sensação de segurança, com um número maior de policiais no patrulhamento das ruas. Há de se ressaltar, ainda, a melhoria da iluminação da Cidade, bem como a presença de vigilantes civis nos parques e nas praças de Anápolis. Ocorre, entretanto que o trabalho de choque, aquele que combate o crime em seu nascedouro carece de maiores investimentos.
Estrutura física
A segurança pública, que, constitucionalmente seria de responsabilidade do Governo Estadual, depende, muito, de mais recursos em Anápolis. Um dos problemas angustiantes e cuja solução ainda deve demorar, é a questão da Cadeia Pública. Projetada para 90 detentos, quando foi construída, no final da década de 80, hoje, ela acomoda, de forma precária, mais de 350. A situação chegou ao ponto de a juíza Lara Gonzaga de Siqueira determinar o limite de admissão naquele estabelecimento penal. Há um ano, a justiça interditou as dependências conhecidas por “ala feminina”, o que, na verdade, eram, tão somente, duas salas malcheirosas e sem condições de habitabilidade. Com isso, as detentas eram levadas para cidades próximas, Goiânia e Aparecida de Goiânia, principalmente. No mês passado, graças ao trabalho de uma ONG denominada Conselho Municipal de Execuções Penais, foi inaugurada a nova ala feminina. Os recursos para a obra, em sua totalidade, foram levantados junto aos empresários e profissionais liberais da Cidade.
É voz corrente em Anápolis que a situação da Cadeia Pública já deveria estar sendo encaminhada, tendo em vista a disponibilidade de recursos federais para tais atendimentos. Ocorre, todavia, que há cinco anos discute-se a construção de um mini-presídio na Cidade. A questão residia na falta de uma área adequada. Na administração passada (Pedro Sahium) foram oferecidas três áreas e nenhuma se encaixou no perfil do projeto. Quando assumiu o Governo, o Prefeito Antônio Roberto Gomide definiu um terreno que foi considerado ideal. A Prefeitura comprou a área e doou ao Governo do Estado (Administração Alcides Rodrigues) para a edificação do mini-presídio. Mas, ficou nisso. O terreno, hoje, passados mais de dois anos, está do mesmo jeito.
Ainda sobre a questão estrutural da segurança pública em Anápolis, o problema se agrava sob vários outros pontos de vista. Somente três delegacias funcionam em prédios próprios. As demais estão em dependências cedidas, ou, alugadas. Assim mesmo, a maioria em precárias condições de funcionamento e sem a estrutura administrativa ideal para atender às demandas surgidas. Há cerca de dois meses, todo o comando da Segurança Pública do atual Governo esteve em Anápolis e anunciou uma série de projetos para sanar, pelo menos, parte do problema. Dentre outras promessas surgiu a de se encontrar um prédio adequado para sediar a Delegacia Geral, a construção do mini-presídio, a locação de prédios ideais para delegacias distritais e outros investimentos. A população está aguardando que isto aconteça.
Outras dificuldades
Anápolis ainda não conta com um centro para a internação de menores infratores. Uma verba conseguida graças ao esforço individual do Juiz da Infância e da Juventude, Carlos Limongi, repousa nos cofres do Governo Estadual à espera da contrapartida do Estado para que seja edificado o referido estabelecimento. Enquanto isso não acontece os adolescentes infratores masculinos, há anos, são acomodados de forma improvisada, nas dependências do Quarto Batalhão da Polícia Militar. Não há dependências para as menores infratoras.
Além disso, a Cidade de Anápolis tem dificuldades para ver funcionando um grande número de delegacias especializadas, além de carecer da instalação de outras. Não existe, por exemplo, uma delegacia para cuidar dos crimes cometidos por menores, nem por mulheres. Da mesma forma, a Cidade não conta com uma delegacia especializada em crimes e acidentes de trânsito e, muito menos, uma para cuidar dos crimes de estelionato e outras contravenções do mundo econômico. É bom lembrar que cidades com menor força empresarial já contam com delegacias desse porte, dando assistência de qualidade à população.
A exposição de Anápolis nas mídias regional e nacional causa grandes preocupações, uma vez que a potencialidade econômico/financeira do Município tem sido o foco principal. Com isso, a atenção de grupos marginais, notadamente os que atuam na aplicação de estelionatos, assaltos, e outros golpes, vem sendo observada. Isto, na avaliação dos policiais mais experientes, exige a adoção de novas providências, no sentido, principalmente, de se impedir a migração do crime organizado para a região.
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