Em novembro do ano que vem, o Distrito Agro Industrial de Anápolis (DAIA) completa 50 anos de fundação. A implantação do polo industrial ocorreu, exatamente, no dia 9 de novembro de 1976. De lá para cá, entretanto, o polo fabril do município enfrenta um desafio: a regulamentação fundiária.
Décadas atrás, não se tinha as exigências legais e normativas que se tem hoje e, por conta disso, empresas foram instaladas em terrenos sem a devida regularização. O tempo passou, os problemas avolumaram e a legislação endureceu.
Há tempo que as entidades ligadas ao setor, no município, como a Associação Comercial e Industrial de Anápolis (ACIA), a Fieg Regional Anápolis, o Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo) e, mais recentemente, o Conselho Empresarial para o DAIA (Consedaia), além de outras entidades, lutam para a regularização ocorra.
Faz tempo, também, que existe a promessa do governo estadual em promover essa medida, mas ela sempre esbarrou em entraves. Mas, agora, o tema voltou à ordem do dia por conta da implantação do chamado DaiaPlam, que é uma expansão do DAIA numa área de 1,7 milhão de metros quadrados que seria destinado ao projeto da Plataforma Logística Multimodal, o qual nunca saiu do papel.
A expansão do Distrito é capitaneada pela Companhia de Desenvolvimento do Estado de Goiás, a Codego, que já lançou dois editais com chamamento a investidores, ou seja, empresários e empresas interessadas em trazer indústrias para o DaiaPlam.
Segundo o presidente da Companhia, Francisco Júnior, em relação ao DaiaPlam, a regularização das áreas terá uma mecânica mais dinâmica.
Em recente entrevista à imprensa em Anápolis, Francisco Júnior destacou que o DAIA possui cerca de 10 milhões de metros quadrados, dos quais 2 milhões já estão em processo de regularização.
Conforme anunciou, a Codego está preparando lançamento de um programa que visa alcançar 100% de regularização das áreas do distrito.
Conforme lembrou, o DAIA enfrenta esse desafio há décadas por problemas relacionados ao meio ambiente, tecnologia de registros cartorários (que mudaram com o tempo) e ocupações que estão em litígio judicial.
Segundo ele, a regularização deve alcançar todos os tipos de situações. Não é, portanto, uma tarefa fácil e nem de curtíssimo prazo. Mas, para quem já esperou quase 50 anos, não custa aguardar mais um pouco essa solução anunciada pela companhia que é responsável pela criação e manutenção dos distritos industriais goianos.

Expansão
Em relação ao DaiaPlam, Francisco Júnior informou que 11 novas indústrias foram abarcadas nos editais e devem iniciar seus projetos no município até o final do ano. A IBG Gases, que produz gases e oxigênio já iniciou as obras numa área de 10 mil metros quadrados, com investimento de R$ 140 milhões.
Para o presidente da Codego, é um bom início para o DaiaPlam, a considerar o cenário de cautela para investimentos empresariais de maior monta.
Na quarta-feira (5/6), o site da Codego trouxe uma matéria informando que a companhia vai fazer um investimento de R$ 4,6 milhões em obras de recapeamento asfáltico, melhorias na sinalização viária e no sistema de drenagem superficial do DAIA.
Anteriormente, a companhia também anunciou aporte de R$ 20 milhões para dobrar a capacidade de reservação de água no distrito, construindo um novo reservatório e promovendo a reforma do atual. Além disso, R$ 2 milhões estão sendo empregados na compra de dois geradores, para evitar que eventuais quedas no fornecimento de energia possam afetar o abastecimento de água.
A caminho, também está um projeto para a implantação de um pátio de apoio para caminhoneiros e uma creche para abrigar os filhos dos trabalhadores e trabalhadoras do DAIA.
Assim, havendo a regularização fundiária, somadas a essas melhorias anunciadas, o DAIA poderá chegar aos 50 anos de existência revigorado e pleno para receber mais investimentos, gerar mais emprego e renda.
E, claro, ser a locomotiva que ajuda a puxar o desenvolvimento de Anápolis e de Goiás. Ainda tem caminho a ser percorrido, mas toda longa jornada começa com os primeiros passos. Os mais difíceis, inclusive, foram aqueles dados pelas empresas pioneiras que acreditam no município e na força do seu distrito.
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