A decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo tribunal Federal (STF), de anular as condenações que haviam sido impostas ao ex-presidente Lula no âmbito da 13ª Vara Federal de Curitiba, que era conduzida pelo então magistrado Sérgio Moro, pegou meio mundo de surpresa no início da noite desta segunda-feira, 08/03.
Com a medida, Luis Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, se tornou elegível novamente. Pelo menos, no cenário de momento. É que a decisão de Fachin não significa que o ex-presidente é inocente, nos processos em que foi condenado por Moro. O que foi decidido pelo ministro é que a 13ª Vara Federal de Curitiba não seria o foro competente para o julgamento dos processos, os quais deverão seguir para um novo juízo.
Contudo, há chances de Lula, agora, entrar no processo e isso, naturalmente, alimentará ainda mais a divisão entre a esquerda- que tem Lula como uma de suas principais lideranças- e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que é candidato natural à reeleição e principal líder da direita.
Lula, que andava meio sumido da cena política nacional, agora ganhou “palanque”. Obviamente, nem ele nem ninguém pode pedir votos, por enquanto. Mas, Lula e a militância petista ganham ânimo para fazer o embate com Bolsonaro e o governo do mesmo. Embora a eleição seja, apenas, em 2022, a movimentação de bastidores já começou.
Num país já dividido de algum tempo, enfrentando uma crise sanitária sem precedentes na história, combinada com uma crise econômica que também já se arrasta por anos, o acirramento político, na verdade, neste momento, pode ser um remédio amargo para os brasileiros.