A obra do pátio de manobras da Ferrovia Norte-Sul, na área da Plataforma Logística de Goiás, localizada no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), é uma realidade. No local, já foram descarregados 5,2 mil toneladas de trilhos que vão permitir às locomotivas e às composições, fazerem um traçado mais rápido e, portanto, mais econômico. A informação foi repassada, com exclusividade, ao CONTEXTO pelo superintendente do Porto Seco, Edson Tavares.
Segundo ele, para se ter uma ideia, os trens que operam na Ferrovia Centro-Atlântica fazem a manobra no município vizinho de Leopoldo de Bulhões. Com o novo pátio serão contempladas as manobras tanto da Ferrovia Centro Atlântica, que opera em bitola estreita, como o da Norte-Sul, que irá operar em bitola larga. De acordo com Edson Tavares, os trilhos que chegaram são especiais para locomotivas de grande tração, o que vai permitir operações de bom desempenho com as commodities: grãos, carne e minérios.
“É um momento histórico para a nossa cidade”, ressaltou o superintendente da Estação Aduaneira Interior, acrescentando que o Município terá um salto substancial na arrecadação de tributos e na geração de empregos. Ele acredita que as obras do pátio de manobras serão concluídas juntamente com a ferrovia Norte-Sul, até 31 de dezembro, conforme cronograma apresentado pela Valec, a empresa responsável pela obra. Edson Tavares lembrou, entretanto, que as operações na Ferrovia não devem começar de imediato. Isso só deve acontecer, disse, lá pelos meses de junho ou julho do ano que vem, mesmo porque ainda não estão concluídas as obras do Porto de Itaqui, no Maranhão, a outra extremidade da Norte-Sul, que terá Anápolis como o seu marco zero.
Ainda, de acordo com Edson Tavares, outro ponto positivo é a possibilidade de ligar a Norte-Sul à Ferrovia Transnordestina, oferecendo condições de acesso aos portos de Suape, em Pernambuco, e o de Pecém, no Ceará. Aliando à saída para o Porto de Santos pela Centro-Atlântica, a região aumentará, ainda mais, o seu potencial logístico, pois se tornará rota estratégica, também, por este modal. As vantagens competitivas são atrativas, já que a redução dos fretes chegam à ordem de 35%. “A produção goiana passará a ter um melhor preço praticado nos mercados nacional e internacional e toda a economia se beneficia com esse processo”, disse, ressaltando que já há muito grupos interessados em fazer operações a partir de Anápolis. “A cidade tem que se preparar, se planejar para esta fase de desenvolvimento na área de infra-estrutura, segurança e saúde, que é uma preocupação do empresariado que vem de fora”, sublinhou.
Aeroporto cidade muda perfil da região
O superintendente do Porto Seco, Edson Tavares, ressaltou que, a partir do ano que vem, com o início do novo governo estadual, a sociedade organizada deve se mobilizar para que as obras de adequação do Aeroporto Civil, visando transformá-lo em um terminal de cargas aéreas, não sofram paralisação. “Mesmo com a chuva, é possível fazer alguma coisa, mas não pode parar”, enfatizou.
Segundo observou, Anápolis terá condições de oferecer um perfil inédito no Brasil, que é o Aeroporto-Cidade, uma experiência bem sucedida em algumas localidades dos Estados Unidos e da Europa, agregando um pólo industrial com meios de escoamento da produção pelos modais aéreo, ferroviário e rodoviário. “Temos todas essas características”, ponderou Edson Tavares, destacando, ainda, ser importante que se faça um trabalho de retomada para viabilizar o entreposto da Zona Franca de Manaus. Em sua opinião, a consolidação da Ferrovia Norte-Sul e do pátio de manobras na Plataforma Logística Multimodal formam um novo cenário para que, tanto o aeroporto, quanto o entreposto estejam, novamente, na ordem do dia dos projetos macroeconômicos de Goiás. “O benefício de toda esta estrutura beneficiará não só Anápolis, mas o Estado de Goiás e a região Centro-Oeste”, pontuou o superintendente do Porto Seco.