Ao longo deste ano, 22 pessoas perderam a vida após confrontos com a Polícia Militar na região de Anápolis. E, embora sejam pessoas e não números, essa triste realidade tem o lado daquele que sai de casa e deixa a família todos os dias para zelar da segurança da coletividade, protegendo um número maior de vidas.
Para o coronel Paulo Roberto, titular do 3º CRPM (Comando Regional da Polícia Militar), infelizmente, os confrontos fazem parte da rotina dos policiais. E, conforme avalia, eles se tornaram mais recorrentes pela ousadia dos bandidos, em boa partem jovens, que portam armas de alto poder de fogo, mas sem nenhum preparo para utilizá-las. “Não é como um jogo de videogame”, observa o oficial, acrescentando que alguns deles fazem questão de ostentar os armamentos em publicações de redes sociais, como forma de afrontar, não apenas a polícia, mas, a sociedade como um todo.
Além disso, há outro viés nesta questão que é o enfrentamento a elementos ligados a organizações criminosas ou facções.
Caso recente
Um fato recente ocorreu na última segunda-feira, 26/10, Uma equipe do Comando de Policiamento Especializado (CPE) confrontou-se com um elemento faccionado de alta periculosidade na cidade de Goianápolis, área de atuação do 3º CRPM. Com esse indivíduo, foram apreendidos um revólver calibre 38; um fuzil 762; coletes balísticos, ‘bananas’ de dinamite e outros objetos que, muito provavelmente, seriam utilizados para o estouro de caixas em agências bancárias. No desfecho dessa ocorrência, os bandidos trocaram tiros com os policiais. Um deles foi alvejado e veio a óbito. O outro conseguiu escapar.

De acordo com o comandante do 3º CRPM, hoje, o policial está bem armado e bem preparado para enfrentar situações como esta, ou, ainda, mais graves. Ele observa que muitas das vezes, os criminosos no ímpeto para evitarem uma prisão, acabam fazendo o enfrentamento e têm levado a pior, pelo despreparo, como também, em algumas situações, por estarem sob o efeito de drogas.
De outro lado, destaca Paulo Roberto, a Polícia Militar de Goiás, seguindo a orientação do Governo do Estado, tem buscado trabalhar com profissionalismo, investindo no treinamento e em armamentos cada vez mais modernos.
Marco
“Hoje, Anápolis é uma referência na área de segurança, pelo trabalho realizado na regional através do 4º Batalhão, do 28º Batalhão, da CPE e da Força Tática, que é uma parceria com a Prefeitura Municipal”, destacou, acrescentando que na área do 28º BPM, até no momento da entrevista, na terça-feira, 27/10, estava completando 70 dias sem homicídios. “É um marco, um momento ímpar e muito positivo para nossa corporação”, ressaltou.
Com esse enfrentamento mais rigoroso da criminalidade, aliado ao trabalho preventivo, que, também, é uma vertente fundamental na atividade policial, o comandante do 3º CRPM destaca que, este ano, em comparação com o ano passado, houve uma queda de cerca de 47% no número de homicídios. Isso, levando-se em consideração que os indicadores do ano passado foram bons, comparativamente com 2018. Além do que, houve queda na quase totalidade das ocorrências criminais.
De acordo com o coronel Paulo Roberto, a PM continuará exercendo com firmeza o seu papel e trabalhando dentro da legalidade. Até porque – ponderou – as redes criminosas sempre substituem aqueles que tiveram a vida ceifada. Portanto, é um trabalho que não cessa. Para o comandante, os confrontos que terminam com óbitos causam desgastes para os policiais, mas, frisa, é uma situação que tem de ser encarada e a melhor forma para isso é estar bem treinado e preparado.