O 59° Congresso da UNE promove debates estudantis em defesa da democracia, educação e justiça social, fortalecendo a luta pelos direitos dos estudantes e da população
A União Nacional dos Estudantes (UNE) deu início nesta quarta-feira (12) ao seu 59° Congresso, realizado em Brasília. Ao longo de cinco dias, cerca de 10 mil estudantes vindos de todas as regiões do Brasil se reunirão para participar de debates relevantes sobre democracia, educação, mercado de trabalho, além de eleger a nova diretoria da entidade.
No primeiro dia do evento, a UNE promoveu um ato em defesa da democracia e contra o discurso de ódio presente no país.
Durante a ocasião, também foram prestadas homenagens aos 50 anos do desaparecimento de Honestino Guimarães, um importante líder estudantil que foi morto durante o período da ditadura militar.
Durante o ato, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ressaltou a importância de defender a democracia como uma forma de combater a desigualdade social e construir um país mais justo para toda a população.
“Todos presentes no congresso se opõem ao fascismo, ao golpismo e à extrema-direita, e defendem a oferta de uma educação pública gratuita e de qualidade para todos no Brasil, disse Dino.
Além disso, o ministro da Justiça ele reforçou a oposição à discriminação contra negros, mulheres e a comunidade LGBT.
Redes Sociais
Dino também enfatizou a necessidade de regulamentar as redes sociais, destacando que “elas têm servido como plataformas para disseminar ideias de direita e interesses econômicos”. Para ele, é crucial “enfrentar o poder das poucas empresas que controlam a internet e veiculam o extremismo é uma das tarefas fundamentais para fortalecer a democracia”.
Barroso e vaias
Durante o evento, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso também esteve presente. Barroso relembrou sua atuação no movimento estudantil e defendeu a democracia, bem como o enfrentamento da pobreza no país.
No entanto, no início de seu discurso, o ministro foi vaiado por um grupo de estudantes que exibiu uma faixa com a inscrição “Barroso inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016”.
Barroso explicou que, no ano passado, “suspendeu o pagamento do piso nacional dos enfermeiros para garantir os recursos necessários para outros repasses”.
O ministro foi o relator desse caso no STF. Ele enfatizou sua trajetória no movimento estudantil, ressaltando que “já enfrentou a ditadura e também o bolsonarismo”.
Barroso afirmou ainda que conseguiu recursos para a enfermagem, “mesmo em uma situação financeira difícil”, e que não teme as vaias, pois acredita “que há um país a ser construído”, concluiu.
Lula
Nesta quinta-feira (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará do congresso e receberá uma carta com demandas relacionadas à educação. A presença de Lula marca um momento importante para os estudantes, que esperam que suas reivindicações sejam ouvidas e consideradas pelo governo. (Vander Lúcio Barbosa)