A afirmação é do Brigadeiro Bragança, ao ser questionado sobre
a principal qualidade que um administrador público deve ter
Nascido em São Paulo, Militar de carreira, Luís Cláudio da Fonseca Bragança Pinheiro acaba de entrar para a reserva, gozando do mais alto posto reservado aos servidores da aeronáutica: Brigadeiro do Ar. Foram décadas de serviços prestados como piloto de caça e, depois, como administrador, no comando de importantes instalações, como por exemplo, a Base Aérea de Anápolis, de onde esteve à frente em duas oportunidades. Primeiro como sub-comandante, nos anos de 2006 e 2007. Depois, como comandante em 2008 e 2009.
Mas, sua ligação com a cidade é de mais longa data.
Desde 1988, Bragança frequentava os céus da manchester, pilotando aeronaves de combate e reconhecimento. Participou de inúmeras operações por aqui e foi em Anápolis que conheceu a mulher com quem se casou. Agora, encerrada a carreira militar, o brigadeiro poderia escolher qualquer parte do mundo para viver. Mas adivinha só onde ele comprou um apartamento para se mudar com a família? É… dizem que quem bebe dessa água, não sai mais desse lugar.

na academia da Força Aérea
Não veio para descansar
Sempre atualizado sobre a situação da cidade e sua importância no cenário nacional, filiou-se ao Republicanos, sob a influência do deputado João Campos, membros do partido local e companheiros do Rotary Club em Anápolis, ONG da qual é associado. Depois de participar de algumas reuniões no PR, teve seu nome lembrado para participar de maneira mais presencial das atividades políticas que envolvem o seu novo partido.
Desde então, tem dedicado a estudar mais profundamente as demandas que envolvem o cotidiano de Anápolis nos mais diferentes setores sócio/político/administrativo, levando a sério tudo aquilo que pode ser importante para Anápolis e cidades circunvinhas que dependem da punjância econônica, educacional e, principalmente, na área da saúde. Em visita ao jornalista Vander Lúcio Barbosa, diretor geral do jornal e portal Contexto, respondeu a várias perguntas, na intenção de esclarecer porque preferiu fincar raízes em Anápolis, em especial, quando poderia se escolher qualquer outra cidade do país, ou do mundo, para curtir a tão merecida aposentadoria.
DISCIPLINA E ORDEM MILITAR
Calmo, sereno, mas bastante firme nas suas colocações, o Brigadeiro Bragança não esconde a disciplina militar. Faltando 10 minutos para o horário marcado, chegou à sede do portal. Durante a sabatina, procurou responder objetivamente ao tema (Gestão Pública), mas abordando todos os desdobramentos pertinentes, contextualizando quem o abordava, sem deixar margem para qualquer mal-entendido. Uma das perguntas mais importantes, respondida por Bragança, foi a das qualidades que um bom prefeito deve ter para conduzir adequadamente uma cidade.
Segundo ele, existem algumas básicas. Mas, sem dúvida a mais importante, seria o conhecimento sobre a Gestão Pública. “Boas pessoas, com boas idéias, temos muitas. Mas na hora de implementar essas intenções é preciso estratégia e conhecimento legal sobre a burocracia e os caminhos mais rápidos e baratos para torná-las realidade. É aí que está a diferença”, explica o Brigadeiro. Entretanto, segundo o militar, o povo brasileiro tem uma tendência temerária para escolher seus representantes pelo carisma, quando o que deve ser analisado de fato é a capacidade técnica de gerir a coisa pública com probidade e responsabilidade. “É necessário muito planejamento para determinar os rumos de uma cidade e muito esforço para mantê-la funcionando dentro desse planejamento. Não é para qualquer um”, define.

GESTÃO – Questionado sobre planos e propostas para um município do porte de Anápolis, segundo sua experiência como admininistrador público, Bragança deixou claro. “Por ora, neste momento, não ouso detalhar todo o conjunto de coisas que tenho analisado desde que decidi morar em definitivo em Anápolis. Mas, posso revelar minha linha de pensamento, caso fosse o administrador de Anápolis”, disse ele. De acordo com o Brigadeiro, o plano geral de administração deve levar em consideração objetivos bem básicos que atendam a todas as necessidades da população em uma ordem de prioridade. Primeiro vêm Saúde, Segurança e Educação, como pilares da vida e garantia de um futuro próspero.
Depois, a aplicação das leis que garantam a liberdade e a livre iniciativa. E, finalmente, o investimento em conforto e lazer. “Conheci inúmeras cidades pelo mundo e posso dizer que é perfeitamente possível alcançar todos esses objetivos com planejamento e estratégia. Estamos muito atrasados em vários aspectos, se comparados aos grandes centros urbanos do planeta, mas o caminho já existe. É o caminho que esses povos trilharam. Conheço o caminho e sei adaptá-lo à realidade de Anápolis”, revela.
ROTARY E O SERVIR
No próximo mês de julho o cidadão Luís Cláudio da Fonseca Bragança Pinheiro, escolhido por aclamação, vai gerir os destinos de uma das mais tradicionais organização não governamental em Anápolis. Ele foi eleito para presidir o Rotary Club de Anápolis, fundado instalado nesta cidade em 1934. Adepto às práticas do voluntariado, Rotary, segundo ele, “foi um”amor a primeira vista” quando apresentando “a uma das mais importantes e conceituadas organização de serviços voluntários em todo o mundo”, conforme definiu.
“Aprendi e continuo aprendendo muito com o Rotary. Esta organização tem por objetivo principal prestar serviços humanitários e promover valores éticos e a paz a nível internacional. Como militar me identifiquei muito com isso”, diz todo orgulhoso, o “companheiro Bragança”, como é chamado no Clube. “Lá somos todos iguais, não sou brigadeiro”, revela.
CURRICULUM
Capacidade e inteligência administrativa, realmente o Brigadeiro Bragança tem de sobra. Além dos conhecimentos e experiência como aviador, envolvendo uma série de ciências militares, seu curriculum acadêmico é invejável. Bacharel em Ciências Aeronáuticas pela Academia da Força Aérea (1985), é qualificado ainda com uma especialização em Gestão Internacional pelo Instituto COPPEAD de Administração da UFRJ (2010).
É Doutor em Ciências Navais pelas normas e instruções da Marinha do Brasil (2010) e Mestre em Ciências Aeroespaciais pela Universidade da Força Aérea (2018). Na carreira militar, foi Agente Diretor e Ordenador de Despesas. Em 2019, atuou ainda como Diretor de Administração do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Como uma das últimas funções na carreira aeronáutica, foi representante das Forças Armadas em Moscou, na Rússia, onde morou com a família. De volta ao Brasil, exerceu o cargo de Diretor do Parque de Material Aeronáutico do Galeão, planta de manutenção responsável à época por 10 frotas de aeronaves diferentes, incluindo os aviões presidenciais, o cargueiro C-130, o caça A-1, os aviões E/R-99 da ALA 2, entre outros.
POLÍTICA PARTIDÁRIA
Quando perguntado sobre o peso dessa formação ao resolver colocar seu nome à disposição do partido para as atividades políticas, sejam “nos bastidores ou emprestando o seu nome para disputas eleitorais, ele respondeu bem humorado: “Isso teve peso na minha decisão. É óbvio que eu precisava me sentir preparado para assumir esse tipo de desafio. Mas pesou muito mais o amor que tenho por essa cidade. Isso sim foi decisivo. Tanto é que, disputando ou não, a qualquer cargo público e, eleito ou não, pretendo me dedicar ao bem dessa gente enquanto puder ser útil à sociedade”, conclui Bragança.