O abuso da bebida alcoólica está ligado, diretamente, ao elevado índice de violência nas suas mais variadas formas entre a população brasileira
Estudo da Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, aponta que mais de 10 mil mortes poderiam ser evitadas, por ano, se os brasileiros diminuíssem o consumo de bebidas alcoólicas, pelo menos, em torno 20%. De acordo com o estudo, publicado esta semana, a cada hora, ao menos, uma pessoa morre por excesso de bebida no Brasil. E além das perdas das vidas, o País perde em produtividade cerca de dois bilhões de reais. De acordo com a Fundação, esse valor equivale a quase 60% do orçamento do governo federal para o programa Farmácia Popular, que promove o acesso a medicamentos em todo o Brasil.
De acordo com as orientações apontadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), se houver a redução de 10% no consumo de bebidas alcoólicas por indivíduo no Brasil, seriam evitadas, ao menos, 4.600 mortes por ano e mais de um bilhão de reais seriam economizados. A entidade propõe a meta de reduzir 20% o consumo de álcool por pessoa até 2030.
Ligação com doenças
No recente relatório da Fiocruz, foram consideradas 24 doenças associadas ao consumo de álcool, como tuberculose, infecções respiratórias, cirrose e outras enfermidades hepáticas, epilepsia, doenças hipertensivas, hemorragia intracerebral, cardiopatia isquêmica e diversos tipos de câncer. O levantamento mostra que os gastos diretos com hospitalizações e procedimentos ambulatoriais para tratar problemas de saúde relacionados ao uso do álcool custam ao Sistema Único de Saúde-SUS, um bilhão e 100 milhões de reais por ano. Os homens respondem por 74% dessas despesas, de acordo com o levantamento. Os especialistas alertam para o fato de que o álcool é fator de risco para diversas doenças crônicas e também é frequentemente relacionado à violência doméstica e acidentes de trânsito, o que gera, ainda mais, mortes e gastos para o Sistema Único de Saúde.
As principais doenças que têm ligação direta com o consumo de álcool são gastrite; fígado gordo; hepatite alcoólica; cirrose hepática; pancreatite; impotência/infertilidade; hipertensão (pressão alta); doenças cardiovasculares; câncer; pelagra; demência; encefalopatia de wernicke e anorexia alcoólica. O total de gastos diretos e indiretos (R$ 18,8 bilhões) do País com os malefícios das bebidas alcoólicas representou 8,6% do orçamento total da saúde no ano passado (2024) e 61,6% do valor que o governo pretende investir até 2026 em ampliação do atendimento no SUS. (Com agências).
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