Mais de 50 mil pessoas devem participar do evento que acontece nos próximos dias na capital paraense
Entre os dias 10 e 21 de novembro, Belém do Pará será palco da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30. O evento reunirá cerca de 50 mil participantes, incluindo delegações de 143 países, chefes de Estado, negociadores, jornalistas e representantes da sociedade civil. Antes da abertura oficial, nos dias 6 e 7, ocorre a cúpula dos líderes mundiais, que definirá o tom político das negociações.
A COP30 marca três décadas de encontros anuais iniciados em 1995, com o objetivo de implementar a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, firmada em 1992. O foco principal é limitar o aquecimento global a 1,5°C até o fim do século, acelerando a execução dos compromissos assumidos em edições anteriores, especialmente no Acordo de Paris, de 2015.
Espaços Paralelos
A estrutura da COP30 será dividida em duas zonas: verde e azul. A zona verde será aberta ao público e reunirá debates com a sociedade civil, instituições públicas e privadas, além de líderes globais. Já a zona azul será restrita a delegações oficiais, chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada. É nesse espaço que ocorrerão as negociações formais e decisões sobre políticas climáticas internacionais.
O embaixador André Lago, presidente da COP30 e secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, destaca a importância da “Agenda de Ação”, implementada desde 2021. Segundo ele, essa agenda amplia a participação de governos subnacionais, setor privado, academia e sociedade civil, permitindo que soluções já existentes ganhem visibilidade e escala. “A ciência já mostrou o caminho. Agora é hora de agir com rapidez e profundidade”, afirma.
Vozes Sociais
Movimentos sociais e organizações não governamentais também terão papel ativo na COP30. Cerca de 15 mil representantes participarão da Cúpula dos Povos, espaço paralelo de debates e mobilização. O Observatório do Clima, por exemplo, levará propostas e cobrará compromissos concretos dos países signatários.
Stela Herschmann, especialista em política climática da entidade, reconhece avanços nas conferências, mas critica a lentidão do processo decisório. “As COPs têm potencial de resposta, mas não acompanham a velocidade das mudanças que já estamos vivendo. Precisamos de ações urgentes, com cortes de emissões compatíveis com o que a ciência exige”, alerta.
A COP30 em Belém representa não apenas um marco histórico para o Brasil, mas também uma oportunidade decisiva para que o mundo avance de forma mais eficaz no enfrentamento da emergência climática. A expectativa é que a floresta amazônica, símbolo da biodiversidade e dos desafios ambientais, inspire compromissos mais ambiciosos e ações concretas.
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