Apesar da pandemia ter gerado grandes impactos na economia como um todo, uma realidade se manteve estática em meio a este período: os bilionários seguem acumulando, cada vez mais, dinheiro. Pelo menos é o que afirma o estudo do laboratório francês Thomas Piketty, intitulado “Desigualdade Mundial 2022”.
Considerando o período de 1995 até 2021, o levantamento revela que 38% do dinheiro que circula pelo globo pertencem a apenas 1% da população. Por outro lado, 2% do capital está dividido entre a metade mais pobre das pessoas.
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A discrepância média dos continentes também foi mostrada pela pesquisa. O continente europeu, por exemplo, é a região com riquezas mais bem distribuídas. Enquanto isso, Oriente Médio e África do Norte foram destaque pelo contrário: o alto índice de desigualdade financeira, com 10% dos mais ricos detendo 58% da renda. No meio do caminho, ficaram a América Latina e o leste da Ásia, que compõem o que a pesquisa intitulou como “nível médio” de desigualdade.
Brasil
Levando em conta apenas o Brasil, os números atuais se assemelham com o que é visto nos continentes mais desiguais. A pesquisa não deixou de ressaltar que se trata de um dos países de maior desigualdade do planeta, onde 10% dos mais ricos respondem por 59% da renda, enquanto a metade da população mais pobre divide cerca de 10% do capital.
A pesquisa também revela que nos anos 2000 o Brasil vinha demonstrando menos desigualdade, com “milhões saindo da pobreza graças a programas governamentais (Bolsa Família)”. No entanto, os especialistas indicam que um dos fatores que ajudou a mudar essa realidade foi a falta “de uma grande reforma tributária” no país.
Gênero
Por fim, sobre a desigualdade de gênero, a pesquisa mostra um dado positivo. Mesmo com a disparidade salarial, que ainda é realidade no mercado de trabalho, a participação feminina na geração de renda global registrou um ligeiro avanço. Enquanto na década de 1990 as mulheres respondiam por 30% da riqueza mundial, agora elas compõem uma fatia de 35%. No Brasil, entre 10% dos mais ricos, a participação das mulheres também subiu de 24% (1996) para 38% (2018), um salto de 14%.