Não aguento mais esbarrar em críticas. Nossa sociedade está saturada delas. Estão aí pra todo lado. Surgem sem ninguém pedir. Você dá bom dia, a pessoa te entrega uma crítica. Pergunta o preço da gasolina, crítica. Bate na porta do banheiro pra ver se tem gente, crítica. Não que as críticas sejam ruins em essência. São boas. Mas não possuem um fim em si mesmas. Elas existem para transformar. E, para transformar é necessário que estejam embasadas, fundamentadas em argumentos lógicos. E o que vemos o tempo todo é só a crítica pela crítica. Paulo Freire era crítico. Sabia que a crítica levava à transformação. E foi isso que transformou a vida dele. Como legado, ensinou uma geração inteira a criticar. Entretanto, Paulo Freire era um estudioso, um intelectual. Suas críticas eram fundamentadas. Logo, tinham a finalidade de transformar através do questionamento. E era essa a mensagem que queria legar. Não conseguiu. A galera entendeu errado. A prova são essas críticas de hoje. Raro uma crítica fundamentada. A crítica é vista apenas como uma forma de se parecer inteligente, descolado, destacado daqueles que nem críticos conseguem ser, tamanha a ignorância que assola nossa sociedade. E agora, com a polarização entre esquerda e direita, milhões de críticos zumbis aparecem dispostos a me chatear ainda mais. Críticas, críticas e críticas das críticas, como grilos presos dentro da minha mente. Seja autocrítico antes de ser crítico. E espero que, depois de ler a palavra “crítica” tantas vezes, você esqueça um pouco esse hábito chato de apenas criticar.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...