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Crônica de um genocídio anunciado

de Lúcio de Almeida Alves
23 de janeiro de 2023
em Artigo
Reading Time: 3 mins read
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7

Por Lúcio de Almeida Alves, bacharel em Direito e Chef de cozinha.

Seria muito pouco demonstrar indignação frente aos relatos e imagens mostradas no último final de semana sobre a trágica e lastimável situação vivida pelo povo Yanomami, em Roraima.

Os corpos esquálidos dos indígenas, sucumbidos pela fome, trazem de volta uma realidade que parecia esquecida num passado distante, ou também não muito distante das crianças no mesmo estado de inanição presentes em muitos países africanos, tristes imagens que insistem em nos atormentar.

O nosso país, que se autointitula “celeiro” do mundo nas produções agropecuárias, deixou de olhar para aqueles povos originários, levando-os para um estado total de subnutrição e mortes.

Esta política de um “genocídio” planejado vem sendo gestada desde a campanha eleitoral do ex-presidente Bolsonaro, que em suas falas e bravatas habituais anunciava em alto e bom som que não moveria uma palha para beneficiar populações indígenas ou quilombolas, não demarcaria um centímetro de área para esses povos.

Durante todo o seu governo houve um desmonte de todas as políticas indigenistas e ambientais, abrindo aquele vasto território para a entrada de madeireiros e garimpo ilegal que, com suas ganâncias desmedidas, destruíram vastas reservas indígenas, contaminaram enormes mananciais de água com mercúrio, metal pesado largamente utilizado para a extração de ouro.

Esta devastação trouxe a morte e a aniquilação dos recursos milenarmente usados para a existência dessas etnias. A política de “abrir as porteiras para a boiada passar” implementada pelo também “genocida” Ricardo Salles, então ministro do Meio Ambiente, mostrou-se efetiva frente ao cenário que agora assistimos.

Relatórios da ONU e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos ao longo dos três primeiros anos do governo Bolsonaro já pressionavam o Estado brasileiro, pedindo garantias para o atendimento do povo Ianomâmi, sendo respondidos que programas de saúde estavam sendo implementados, o que foi não correspondeu à realidade dos fatos.

Os dados também apontam onze mil mortes por malária e 570 mortes de crianças, por doenças que poderiam ter sido facilmente evitadas, o que não ocorreu devido ao desmonte das políticas indigenistas e da grave crise sanitária conhecida pelo governo desde 21 de março de 2022.

Esta política de destruição é duramente condenada pelo mundo civilizado, colocando o Brasil numa incômoda situação de país que não respeita o seu meio ambiente e ainda pratica o extermínio de seus povos originários, causando assim danos irreparáveis à nossa economia, já que esse vasto e exigente mercado consumidor passa a rejeitar produtos cuja procedência vêm de países que desrespeitam políticas ambientais.

Temos que rever com urgência estas políticas públicas para melhorar a nossa imagem frente ao mundo da geopolítica internacional, colocando o Brasil de volta à civilidade das boas governanças e das amizades bilaterais. Temos que cuidar dos nossos povos ancestrais com a dignidade necessária e merecida por todos eles.

Rótulos: artigo

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Comentários 7

  1. Simone Athayde says:
    3 anos atrás

    Excelente artigo! Parabéns ao autor Lúcio de Almeida e ao jornal Contexto por trazer um tema tão importante para o nosso país!

    Responder
  2. Rosana Franca says:
    3 anos atrás

    Parabéns Lúcio 👏👏 Excelente apresentação e ponto de reflexão para acompanhar o desenrolar de uma trágica realidade indígena.

    Responder
  3. Eliana Veloso says:
    3 anos atrás

    Excelente artigo. O articulista fez uma análise precisa dos graves problemas ora escancarados pelo novo governo. Que esse genocídio seja exemplarmente punido!!

    Responder
  4. Rogerio Veloso says:
    3 anos atrás

    Desde o início de seu mandato, o inominável ex-presidente repetiu inúmeras vezes que as minorias teriam que se curvar às maiorias, o que representava uma amostra macro do que viria em termos de ações e omissões, referindo-se à população LGBTQIA+, pobres, mulheres, indígenas, pessoas com deficiência, quilombolas e outras populações, senão minoritárias quantitativamente, ao menos sem o poder econômico que a tudo orienta em nosso mundo. No campo específico, também disse que não haveria demarcações de terras indígenas. Donde se conclui que não mentiu o tempo todo, houve exceções e estas foram e são perniciosas como o conjunto de sua ‘obra’.
    É nítido o esforço do articulista em manter a sobriedade ante tantos desmandos, tanta crueldade, falta de empatia, total ausência de solidariedade, ainda que em doses mínimas. O descaso criminoso com a floresta e seu povo, aliado à omissão na fiscalização – que, em boa medida, parece sinônimo de incentivo aos invasores ‘amigos’ plantadores de soja, garimpeiros, madeireiros, contrabandistas internacionais e afins – é parte de um projeto de governo que culmina – hoje vemos com cores mais fortes e dramáticas – com a situação de calamidade sanitária em território Yanomami, tomada por bandidos que poluem seus rios com mercúrio e fazem da pesca uma atividade de risco, além de outros que tiram dos indígenas o direito à caça de sobrevivência, já que as queimadas que teimam em promover matam os animais silvestres e afugentam os poucos que conseguem escapar do fogo.
    Garimpo, grilagem, poluição, assassinatos de indígenas, tudo isso consta de documento a ser levado ao Tribunal Penal Internacional (leia-se Haia). Por enquanto, providências emergenciais estão sendo tomadas pelo governo federal visando ao menos estancar o número de mortes nas aldeias, todas perfeitamente evitáveis. Em paralelo, medidas administrativas dão conta de outras atividades como a demissão dos incompetentes ou mal-intencionados e a apuração criminal que toda essa situação requer. Como se diz por aí, de preferência sem anistia.
    Parabéns ao articulista, belo (em que pese triste) e contundente texto.

    Responder
  5. Carolina Belmonte Pereira Moreira says:
    3 anos atrás

    “Nos deram espelhos e vimos um mundo doente”, o governo do Bolsonoro expôs o que há de pior no egoísmo humano, exponenciado por um capitalismo compulsório e exploratório, que possamos voltar a respeitar aqueles que lutaram pelo sangue que corre em nossas veias. Um grito de desespero pela nossa ancestralidade! Um grito de desespero pelo genocídio contemporâneo dos nossos povos originários! Um grito de desespero pelos que se dizem “patriotas” e desrespeitam de maneira assassina o coração e as raízes da nossa nação!

    Responder
  6. Luciana says:
    3 anos atrás

    Parabenizo o autor pela lúcida visão da realidade que estamos vendo dos povos indígenas, cujo texto fez o resumo de uma gestão que não se preocupou com minorias necessitadas. Muito triste o que estamos vendo.

    Responder
  7. Leandro Kdeira says:
    3 anos atrás

    Bolsonaro afirmava que o Brasil deveria ter dizimado os índios. Ele colocou seu plano em prática!

    Responder

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