Indiscutivelmente, quase todos nós gostamos do conforto, da praticidade e da resolutividade que os veículos automotores nos proporcionam. Gostamos de carro e pronto…
Virou bordão afirmar que “o brasileiro é apaixonado por automóvel”. E é mesmo. Seja por necessidade, lazer ou status, o automóvel é um traço da cultura nacional. As crianças daqui nascem e crescem com o sonho de adquirir um. E, quando chegam à idade adequada vão à luta em busca de realizar tal desejo.
Entretanto, nem tudo é fantasia e agradável. Durante a industrialização, o Brasil escolheu um modelo que privilegia o transporte individual, em detrimento do transporte público ou ferroviário. Assim, o país está cada vez mais imerso na cultura do carro.
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As vendas aumentam, o governo incentiva a comercialização para combater a crise econômica, e a indústria automobilística é a segunda maior contribuinte para o PIB, perdendo apenas para o setor petroleiro, que está intrinsecamente ligado a ela. Mais carros significam mais petróleo vendido, mais dinheiro em circulação, mais tributos e oferta de mão de obra. Assim entendem os governos.
O resultado é claro: as cidades estão entupidas de carros. Esses enormes engarrafamentos causam diversos problemas, desde o bloqueio de espaços urbanos e rodovias, até limitações na logística do tráfego. Além disso, há poluições sonora e ambiental causadas pelos milhões de veículos em circulação, que despejam partículas nocivas na atmosfera e provocam barulho insuportável nos centros residenciais. Em resumo, são um tormento. As montadoras não vão parar de fabricar automóveis, e o espaço fica cada vez mais restrito. É muito carro para pouco espaço, mesmo com o crescimento das cidades.
Uma comunidade como Anápolis vende, diariamente, em média, de 30 a 40 veículos zero quilômetro, sem contar os seminovos e os usados. A solução seria, então, investir maciçamente no transporte de massas: BRT, ônibus elétricos, metrôs etc. Mas aí surge o outro problema: com que dinheiro?
Uma alternativa seria buscar as PPP (parcerias público-privadas). Mas, em um país de tanta insegurança jurídica, será que as grandes empresas topariam entrar nesse negócio? Fica a pergunta… O certo é que as soluções precisam ser encontradas. E, quanto antes, melhor.