“Vim para inaugurar o Distrito Agro-Industrial de Anápolis, que se erige nas vizinhanças de Anápolis e constitui um marco essencial, de relevante importância para o desenvolvimento não só da cidade, mas de toda a região”.
Foram essas as palavras iniciais do então presidente da República, general Ernesto Geisel, na inauguração do Distrito Agro Industrial de Anápolis, no dia 9 de novembro de 1976, ou seja, há 49 anos.
Nascia ali o primeiro distrito industrial estruturado de Goiás. Naquela época, o município já tinha algumas plantas fabris distribuídas na região da Vila Fabril e do, hoje, JK Industrial.
Mas, aquela data ficou marca e foi um dia de festa na cidade, que recebeu também o então governador Irapuan Costa Júnior. Na época, o prefeito anfitrião era Jamel Cecílio.
Segundo dados do Memorial da Associação Comercial e Industrial de Anápolis- ACIA– o Presidente Ernesto Geisel chegou às 14:h5 horas ao monumento à indústria, localizado no centro do distrito, simbolizado por três engrenagem.
O governador Irapuan Costa Júnior entregou uma réplica do monumento ao general Ernesto Geisel, dizendo: “Com o apoio de Vossa Excelência, o Governo dá hoje mais um importante passo rumo à industrialização de Goiás”.
A seguir o Presidente Geisel e comitiva encaminhou-se ao local onde estava exposta a maquete do DAIA. Ali, o então secretário da Indústria e Comércio, engenheiro Hugo Cunha Goldfeld, deu algumas explicações gerais acerca do Distrito. O Presidente formulou algumas perguntas ao titular da Pasta da Indústria e Comércio, começando pela existência de energia elétrica, transportes e água. Satisfeito com as respostas recebidas o Presidente da República disse: “Agora precisamos ver se essas indústrias vêm logo”.
O secretário, então, informou que oito empresas de grande porte estavam em vias de se instalarem no DAIA”. Geisel também perguntou pelo investimento e foi informado que o aporte foi de 117 milhões de cruzeiros (moeda da época).
“Há dinheiro da União?”, perguntou o Presidente. Novamente, o secretário respondeu afirmativa, o BNDES concedeu financiamento de 73 milhões de cruzeiros.
Por fim, o general Geisel ainda questionou se os trabalhadores do DAIA iriam morar em Anápolis. E a resposta foi que sim, já que a cidade estava a apenas 6 quilômetros de distância.
“Eu o cumprimento e faço votos para que as indústrias logo se instalem aqui no DAIA”, finalizou o Presidente, encerrando sua agenda oficial na cidade.

Um começo difícil e um futuro promissor para o DAIA, principal engrenagem da indústria goiana
O saudoso presidente da ACIA, Deocleciano Moreira Alves, sempre dizia que o DAIA foi a engrenagem principal da interiorização do desenvolvimento de Goiás, através da indústria.
Quando inaugurado, o Distrito contava com uma área de 327,7 hectares (ha), sendo desse total 257,1 ha para implantação de unidades fabris; 70,8 há para os setores de apoio (Administração, Corpo de Bombeiros, unidade de saúde e outros conforme se projetada); além de 44,8 ha destinados para infraestrutura (jardins, avenidas e ruas, pista para ciclismo).
Já se tinha no DIA, funcionamento das infraestruturas de rede elétrica, água e esgoto.
Contudo, as indústrias não chegaram de imediato.
Por conta disso, os pessimistas de plantão davam como certo que o DAIA seria um “elefante branco”, expressão usada no passado para rotular obras “faraônicas” e inacabadas.
A virada de chave aconteceu depois que o governo estadual passou a adotar uma política mais “agressiva” para atração de investimentos: primeiro, com o Fomentar, instituído no governo de Iris Rezende e, mais adiante, com o Produzir, na gestão do então governador Marconi Perillo. Esses programas foram se adaptando ao logo dos anos e, hoje, o estado adota como programa de incentivo industrial o ProGoiás.
No meio desse caminho, coisas importantes aconteceram: no final da década de 1990, numa luta que se originou na Associação Comercial, com o trabalho também do então prefeito Adhemar Santillo, foi instalado a primeira estação aduaneira interior da região, o Porto Seco centro Oeste.
Também no final daquela década, em 1999, a chamada Lei dos Genéricos foi a senha para que os setores produtivo e político se articulassem em torno do projeto para a implantação do Polo Farmacêutico. O que, de fato ocorreu e o DAIA sedia grande parte dos laboratórios que tornaram Goiás no segundo maior polo do país em produção.
Em 2007, o DAIA recebeu a primeira montadora de veículos, a CAOA, operando com a marca sul-coreana Hyundai. Anos mais tarde, com a chinesa Chery.
Atualmente, o Distrito Agro Industrial de Anápolis conta com cerca de 200 empresas instaladas, a maioria indústrias atuantes em diversos setores de produção, com destaque para o de alimentação.
O distrito já passou por uma expansão, com o Daia II, anexando 628 mil metros quadrados e, mais recentemente, ocorreu nova expansão com o DaiaPlam, numa área de 1,7 milhão de metros quadrados que já começa a receber os primeiros projetos industriais.
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