Anapolino supera desafios, conquista títulos internacionais e ensina a “arte suave” na Terra do Dragão
Com uma trajetória que se assemelha a uma incrível montanha-russa de desafios e conquistas, o anapolino Guilherme Vieira dos Santos, aos 37 anos, trilhou um caminho excepcional no universo do Jiu-Jitsu.
Desde os primeiros passos em tatames até sua notável jornada na China, ele se tornou um nome notório não apenas como um exímio lutador, mas também como um instrutor dedicado e influente no mundo das artes marciais.
A paixão pelo Jiu-Jitsu nasceu de um cenário singular, quando Guilherme assistiu ao UFC número 1 e 2, onde o lendário lutador Royce Gracie demonstrou a supremacia do Jiu-Jitsu. Superando a tradicional capoeira, que praticava anteriormente, ele mergulhou de cabeça no universo das técnicas de solo e estrangulamentos, dando início a uma jornada que moldaria sua vida.
Com apenas 14 anos, Guilherme embarcou em uma jornada de treinamento. A primeira faísca de sua habilidade surgiu no campeonato Tiburon, onde, com apenas um mês de treino, garantiu o segundo lugar na faixa branca, um feito impressionante para um novato no esporte. O brilho desse momento inicial indicava o potencial latente que o anapolino trazia consigo. “Comecei treinando na equipe Nova União com o professor Fernando Boi, mas tive que me adaptar mudando de equipe, passando pela Equipe Mineirinho Jiu-Jitsu onde fiquei por muitos anos, e hoje estou na Gracie Barra”, conta ele.
Títulos
Os títulos começaram a se acumular para Guilherme à medida que ele avançava em sua carreira. Ele conquistou diversas vitórias em campeonatos regionais e brasileiros, destacando-se como um nome forte no cenário do Jiu-Jitsu.
Entretanto, o ponto culminante de sua jornada foi sua incursão na China, onde sua paixão pelo esporte tomou novos contornos. Lá, encontrou um novo lar, onde lecionou a “arte suave” (significado da expressão jiu-jitsu) para uma gama diversificada de alunos. Seja para pessoas comuns, seguranças, guarda-costas ou policiais da Swat, ele compartilhou seu conhecimento e paixão pelo Jiu-Jitsu.
Além disso, contribuiu para o treinamento de atletas chineses de MMA no UFC, solidificando sua posição como um mentor influente no esporte.
Para Guilherme, o ponto culminante não foi apenas a sua mudança para a China, mas também o reconhecimento genuíno como um profissional do Jiu-Jitsu. “Enquanto no Brasil o esporte muitas vezes não é valorizado financeiramente, na China, encontrei um terreno fértil para minha dedicação”, detalha.
No entanto, após anos dedicados ao ensino, ele sentiu um chamado para voltar aos tatames competitivos, buscando mais um desafio para sua carreira. “Competir é fundamental para a reciclagem e geração de conhecimentos, o que mantém em alto nível a performance dos praticantes de qualquer modalidade esportiva. Por isso, estou focado no calendário dos principais campeonatos”, explica.
Família: inspiração
Por trás da figura do lutador está uma família que o apoia incansavelmente. Pai de um filho de nove anos, Guilherme encontra inspiração em sua própria história de vida, que o levou do karatê e taekwondo à capoeira e, finalmente, ao Jiu-Jitsu.
Essa busca incessante por evolução é alimentada por lutadores admiráveis, como Rodolfo Vieira, que moldam sua mentalidade e estilo de luta, o que lhe garantiu a vitória no Shanghai International onde foi campeão duas vezes.
Com uma estatura imponente de 1,80 metro e um peso de 95 kg, Guilherme está pronto para enfrentar seu próximo desafio nos tatames. Depois de anos dedicados ao ensino e ao treinamento de outros, ele anseia por voltar a competir, levando consigo toda a bagagem acumulada ao longo dos anos. Sua jornada é considerada uma saga inspiradora que transcende fronteiras geográficas e pessoais.
“Do Brasil à China, ele transformou sua paixão pelo Jiu-Jitsu em uma carreira notável. Guilherme não apenas conquistou títulos e influenciou alunos, mas também personifica a resiliência e dedicação necessárias para prosperar em um cenário desafiador. Seu próximo passo nos tatames promete mais um capítulo empolgante em sua história extraordinária”, afirma a nanorada Mayara Pansani, empresária de 32 anos e fã incondicional, que espera ansiosamente pelo reencontro em Outubro, quando Guilherme planeja um retorno ao Brasil, depois de morar em Chongqing, Xangai e Pequim.